A agente de saúde Juliana Leite Rangel, de 26 anos, que foi baleada na cabeça por policiais rodoviários federais na véspera de Natal, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, recebeu alta médica por volta das 14h desta quinta-feira. Acompanhada de sua família, ela deixou o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN) de cadeira de rodas, com um terço na mão, bastante emocionada e aplaudida por toda a equipe médica. Na camisa, a frase: “Ninguém explica Deus”.
A mãe de Juliana, Deise Rangel, também bastante emocionada, disse que a recuperação da filha foi um “verdadeiro milagre de Deus” e que, agora, a família vai se preparar para “comemorar o Natal mais uma vez”.
Durante o período em que ficou internada, Juliana chegou a ter o estado de saúde considerado gravíssimo pelo médicos. Quando apresentou uma melhora, a jovem teve que lutar contra uma infecção.
— Eu tenho certeza que sou um milagre de Deus. Agora o que eu mais quero é estar com a minha família, comer uma coxinha, hoje mesmo vou comer uma coxinha, estava com muita vontade — disse Juliana.
Juliana Leite Rangel — que mora em Belford Roxo com a família — ficará em repouso na casa da sua irmã, Jessica Rangel, em Niterói. Antes deixar o hospital em uma ambulância, Juliana ficou de pé, com ajuda de funcionários, e subiu os degraus do veiculo, até se acomodar.
De acordo com o diretor-geral do HMAPN, Thiago Rezende, após 44 dias internada, a agente de saúde conseguiu recuperar a parte motora, mas está com um pouco de dificuldade de andar, isso porque ficou muito tempo internada, o que fez com que ela perdesse “massa muscular”. Segundo ele, a equipe médica acredita que Juliana poderá ter uma melhora significativa e voltar a ter um vida normal.
— É o que ela mais quer. Ela trabalha na área da saúde, está se formando. E ela pretende se dedicar a isso. Quem sabe trabalhar um dia aqui no hospital — disse o doutor.
Juliana e a família estavam a caminho de Itaipu, em Niterói, quando o carro foi atingido por mais de 30 disparos após uma abordagem equivocada da PRF.
O caso segue sob investigação da Polícia Federal e da Corregedoria da PRF. Os policiais envolvidos foram afastados preventivamente e as armas utilizadas — dois fuzis e uma pistola automática — estão sendo periciadas. A abordagem, que ocorreu durante o plantão especial de Natal, foi justificada pelos agentes como um erro ao suporem que o veículo estava ligado a disparos ouvidos na região.
Por Extra