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Experts orientam como pais podem conversar sobre sexo com adolescentes

Experts orientam como pais podem conversar sobre sexo com adolescentes

Foto: Getty Images

Após a atriz Claudia Raia revelar ter dado um vibrador para a filha quando a menina tinha 12 anos, muitas pessoas se questionaram quando é o momento ideal não só para permitir o acesso a sex toys, como também para falar sobre sexo com filhos adolescentes.

O primeiro ponto é deixar o constrangimento de lado e lidar de forma natural com o assunto, afinal, o sexo é algo natural da vida.

Segundo o psicólogo Alexander Bez, a sexualidade faz parte do desenvolvimento humano e, por isso, é fundamental que os pais e responsáveis estejam preparados para abordar esse tema de maneira espontânea, informativa e gradual.

“Antes de tudo, compreenda que a educação sexual não se resume apenas a aspectos biológicos, mas envolve questões emocionais, psicológicas e sociais”, salienta. “Um ambiente familiar saudável e aberto ao diálogo é essencial para que a criança ou adolescente desenvolva uma relação equilibrada e segura com sua própria sexualidade.”

Educação sexual em casa

A educação sexual no ambiente familiar permite que se estabeleça uma base sólida de conhecimento e valores saudáveis desde a infância. “Quando bem conduzida, a educação sexual fortalece a autoestima e a autonomia dos jovens, ajudando na prevenção de abusos, na construção de relações respeitosas e na tomada de decisões responsáveis”, aponta Alexander.

Isso faz com que meninos e meninas compreendam seu próprio corpo, os limites do consentimento e as consequências de suas escolhas, sem que isso esteja atrelado a sentimentos de culpa ou tabu.

A conversa adequada para cada idade

Na visão do profissional, essa conversa tem que ter relação com a idade e maturidade da criança.

“O diálogo deve ser contínuo e adequado à idade da criança, abordando desde cedo noções básicas sobre o corpo, respeito e emoções. Com o tempo, os temas podem se aprofundar, sempre respeitando a maturidade e as dúvidas do jovem.”

Ao tratar o assunto com naturalidade e embasamento, a família pode evitar que as crianças busquem informações equivocadas ou sejam influenciadas por fontes não confiáveis.

“Quando o diálogo sobre o tema é negligenciado pelos pais, os filhos tendem a buscar informações em fontes externas, muitas vezes imprecisas ou prejudiciais”, destaca Alexander.

Já para Mamuska Carvalho, sexóloga pós-graduada em saúde emocional, essa conversa deve se apresentar à medida que a criança ou adolescente demandar prioridades. “Informe o respeito e cuidado que cada parte do corpo necessita, sobretudo em relação ao toque, à higiene e o amadurecimento do corpo para cada função”, ensina.

Dá para falar sobre sex toy?

Segundo Alexander, o diálogo sobre sexualidade dentro de uma família deve respeitar a dinâmica e os valores de cada lar. “Não cabe julgar ou impor regras universais, mas entender que a forma como esse tema é tratado influencia diretamente a relação das pessoas com sua própria sexualidade ao longo da vida.”

Ao abordar temas como o uso de sex toys ou outros recursos voltados ao prazer, desmistifique a ideia de que o prazer sexual é algo errado ou vergonhoso, ressalta o psicólogo.

Mamuska destaca que abordar o assunto é diferente de dar um vibrador à criança ou adolescente. “Cada ser humano tem seu tempo certo de ficar pronto, o bom senso e estudos direcionam para uma idade que possam ter controle de suas escolhas. Boas escolhas são feitas com muita informação, tempo e confiança.”

Fonte: Metrópoles

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