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Clipe ‘Acre no Topo’ estreia com mensagem contra a xenofobia e valorização da identidade amazônida

Clipe 'Acre no Topo' estreia com mensagem contra a xenofobia e valorização da identidade amazônida

Foto: Reprodução/Instagram

O clipe cypher “Acre no Topo”, aprovado e financiado pela Lei Paulo Gustavo, através da Fundação Elias Mansour, com proponente Francisco Leandro e direção de Israel Batista, estreou no último sábado, 22. O projeto é fruto de uma colaboração de artistas de Rio Branco, Tarauacá, Sena Madureira e Cruzeiro do Sul. Luta contra a xenofobia, valorização da identidade dos povos da floresta, exploração dos povos originários e preservação da floresta são os temas abordados na obra.

Em conversa com A GAZETA, DJ DEMENO, responsável por fazer a assinatura musical do projeto, conta que a seleção aconteceu em diversos municípios acreanos, com a preocupação de incluir figuras femininas e abordar as lutas dos povos amazônicos, principalmente os acreanos:

“A gente queria ter a participação das mulheres nesse projeto também. Nós utilizamos como tema desta música, desta obra, a luta contra a xenofobia praticada contra os povos da região Norte do Brasil, os amazônidas, e, mais especificamente, o povo acreano, do qual a gente sabe que existe um grande preconceito em outras partes do país no que diz respeito à população acreana”, comentou.

Além disso, a batida já é conhecida pelos acreanos. Foram utilizadas referências a Chico, do artista acreano Tião Natureza.

O objetivo da cypher para seus idealizadores é que as novas gerações conheçam a história que o Acre carrega e provocar a reflexão, trazendo o contexto histórico de que o território era inicialmente dos povos originários e, durante o ciclo da borracha, com a vinda de seringueiros nordestinos, o conflito também chegou.

“Nós abordamos todas essas questões, apresentando um pouco da nossa identidade, que foi construída a partir dessa miscigenação entre indígenas e seringueiros nordestinos”, explicou o DJ.

Além da participação dos MCs, o clipe também contou com a presença de grafiteiros, que trouxeram cor e criatividade para a composição. As cenas foram gravadas em alguns pontos turísticos das cidades, como a Catedral, em Rio Branco, o Rio Crôa, em Cruzeiro do Sul, o Teatro José Potyguara, em Tarauacá, entre outros.

O lançamento do clipe contou com um evento realizado no bairro Vitória, em parceria com o Cine Miração. Foi montada uma estrutura para que a comunidade acompanhasse o lançamento. Além disso, houve um momento de troca cultural e um mutirão de grafite para embelezar a região.

“O hip-hop é uma ferramenta de transformação social, uma ferramenta onde a gente consegue fazer essa crítica, essa reflexão e também um resgate da autoestima. Nos anos 90, era pejorativo chamar alguém de seringueiro, de ‘colonheiro’ ou de índio, porque foi criada toda essa identidade negativa sobre esses povos. Hoje, precisamos levantar a autoestima das pessoas e assumir essa identidade. Nós somos diferentes do resto do país, mas as pessoas não conseguem lidar com a diferença. Então, a música também tem esse intuito de resgatar essa identidade”, finalizou.

Confira:

CYPHER ACRE NO TOPO - DJ DEMENO - RAC PRO

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