A campanha Fevereiro Roxo, criada em 2014 na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil. Celebrada no segundo mês do ano, tem por objetivo conscientizar a população sobre três doenças crônicas e incuráveis: lúpus eritematoso sistêmico, fibromialgia e Alzheimer. Com o lema “Se não houver cura, que haja conforto”, a campanha busca informar sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamentos eficazes para garantir uma melhor qualidade de vida aos pacientes.
No Acre, a campanha tem sido abraçada por entidades médicas, ONGs e também pela população. A GAZETA conversou com a presidente da Associação de Fibromiálgicos do Acre, Lene Queiroz, que, além da fibromialgia, tem o lúpus eritematoso sistêmico.
Lene Queiroz foi diagnosticada com lúpus eritematoso sistêmico em 2003; o diagnóstico de fibromialgia veio em 2007. Ao longo de sua vida, Lene enfrentou sintomas dolorosos e debilitantes desde muito jovem, com dores no corpo, fadiga extrema, distúrbios do sono e dificuldades cognitivas. No entanto, por muitos anos, a Fibromialgia foi confundida com reumatismo, o que atrasou seu diagnóstico correto.
Foi somente após conhecer a reumatologista Dra. Adriana Marinho que a verdadeira causa dos sintomas foi identificada. “Acredito que eu já tinha fibromialgia desde os meus 12 anos de idade, mas só em 2007 é que recebi o diagnóstico certo. Quando soube, o entendimento da minha dor foi um alívio, embora as limitações físicas e emocionais permanecessem”, relata Lene.
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Uma realidade dolorosa
A vivência de Lene com essas doenças não é única. No Acre, a história de quem convive com o lúpus e a fibromialgia ainda é marcada pela dificuldade, ainda segundo Lene. “Hoje, por conta dessas duas doenças, tenho limitações severas. Não consigo mais trabalhar, fazer atividades cotidianas, como lavar uma louça ou arrumar a casa sem que, no dia seguinte, eu precise ficar de cama”, lamenta Lene.
A falta de energia, somada à constante dor e crises, afeta diretamente a qualidade de vida. “Antes, eu tinha uma vida ativa, passeava com minha família e amigos, mas hoje isso já não é possível. As crises de dor e a fadiga são constantes, e a depressão e a ansiedade se tornam ainda mais intensas nesse quadro”, conta a presidente da associação.
Apesar das dificuldades, Lene não desiste da luta. Sua jornada tem sido marcada pela busca por direitos e políticas públicas que garantam visibilidade e melhores condições de tratamento para as pessoas com Fibromialgia no Acre. Ela destaca a importância de campanhas como o Fevereiro Roxo, que ajudam a chamar atenção para essas doenças tão negligenciadas, e de um esforço conjunto para que mais profissionais de saúde compreendam a gravidade dessas condições.
Fevereiro Roxo: por mais visibilidade
No Acre, algumas campanhas têm sido muito importantes. Apenas para dar um exemplo, na manha desta sexta-feira, 14, a Prefeitura de Rio Branco realizou, na Policlínica Barral Y Barral, ações como testes rápidos, glicemia, aferição de pressão arterial, além de práticas integrativas complementares em saúde.
A programação, no entanto, só encerra na Unidade de Saúde da Família São Francisco, localizada na Rua Joaquim Macedo, nº 26, São Francisco.