Tem clipe acreano e indígena na área. A Urânio Filmes, junto com a Comissão Pró-Indígenas do Acre (CPI-Acre) e a Rede de Comunicadores Indígenas do Acre, lançou, nesta quinta-feira, 13, através do Youtube, o videoclipe Yube Nawa Ãibu, do grupo Bari Siriani.
O clipe é resultado da oficina “Criação Audiovisual: Da Ideia ao Projeto” e tem a direção do cineasta Tiago Melo, com codireção de comunicadores indígenas dos povos Nukini, Huni Kuĩ e Apurinã, das Terras Indígenas Kaxinawá da Praia do Carapanã, Nukini, Alto Rio Purus e TI Peneri/Tacaquiri.
Bari Siriani (nome Hãtxa Kuĩ para jiboia fêmea) é um grupo de mulheres da aldeia Nibãya – conhecida também como Murucuripe – da Terra Indígena Kaxinawá da Praia do Carapanã, no Acre.
“A ideia de fazer esse videoclipe surgiu dentro da aula e a gente abraçou o projeto também com essa curiosidade, de viver essa experiência. A primeira música que veio na minha cabeça foi Yube Nawa Ãibu, porque a jiboia em si já é um símbolo bem importante para nossa cultura, e ela traz a força feminina, mas também transmite esse poder, o poder feminino e o poder da transformação, porque antigamente as mulheres Huni Kuĩ não podiam tocar, não podiam cantar, e hoje em dia elas podem, e tem essa liberdade. Eu acredito que as pessoas que ouvirem a música e virem o videoclipe, e todos os detalhes do vídeo, também podem sentir a força da jiboia”, explica Txira Huni Kuĩ, integrante do grupo Bari Siriani.
O videoclipe foi gravado no mês de dezembro durante oficina realizada no Centro de Formação dos Povos da Floresta (CFPF), sede da CPI-Acre em Rio Branco. O projeto “Criação Audiovisual: Da Ideia ao Projeto” tem como objetivo qualificar profissionais audiovisuais indígenas, possibilitando que eles tenham autonomia para contar suas próprias histórias e narrativas através do audiovisual. “O videoclipe é o resultado de uma semana incrível de trocas de experiências e ensinamentos com os comunicadores indígenas”, reforça o professor e cineasta Tiago Melo.
Produzido pela Urânio Filmes, a oficina contou com o financiamento da Lei Paulo Gustavo, por meio da Fundação Elias Mansour (FEM) e do Governo do Estado do Acre.