O curta-metragem Luzes do Arco-Íris foi exibido na noite desta quarta-feira, 5, no Cine Teatro Recreio, em Rio Branco, emocionou o público ao retratar os momentos que antecederam o brutal assassinato da travesti Fernanda Machado da Silva, ocorrido em 2020. Com roteiro assinado por Bismark Moura e Carlos Eduardo, e direção de Ivan de Castela, a produção denuncia a violência e a desumanização enfrentadas por travestis e transexuais, promovendo uma reflexão sobre os desafios dessa população no Acre e no Brasil.
Além da forte mensagem social transmitida pelo filme, a sessão também contou com uma importante ação de solidariedade. Após a exibição, foram distribuídas cestas básicas para pessoas trans em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa foi uma parceria entre a organização do filme, a Associação de Homossexuais do Acre (AHAC), a Associação das Travestis e Transexuais do Acre (ATTRAC) e a Vice-Governadora do Acre, Mailza Assis, que também é Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos.
A doação das cestas foi realizada em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, reforçando o compromisso com a luta por direitos e dignidade para essa população. “Como o filme retrata essa vivência, acreditamos que essa ação fortalece o acesso a alimentos e contribui para a diminuição das desigualdades enfrentadas por esse público”, destacou Bismark.
O roteirista enfatizou a importância do filme como uma ferramenta de conscientização e resistência. “Luzes do Arco-Íris é mais do que um curta-metragem; é um alerta sobre a violência que atinge tantas pessoas trans e uma forma de manter viva a memória de Fernanda Machado e de tantas outras vítimas da transfobia”, afirmou.
Na oportunidade, a organização do filme agradeceu o apoio da Vice-Governadora pela sensibilidade em atender a uma demanda essencial da população trans, proporcionando assistência a pessoas que enfrentam desafios diários devido à discriminação e à falta de oportunidades.
Carlos Eduardo, também roteirista, destaca a importância do filme. “Essa estreia não é apenas um marco para o cinema independente, mas também um gesto de esperança e transformação. Hoje, celebramos a arte que ilumina vidas e a solidariedade que alimenta sonhos. Que possamos combater a transfobia e possamos viver em harmonia na sociedade”.
Com data ainda indefinida, a organização informou que o filme será reprisado nas comunidades e postado do YouTube da Junina Malucos na Roça. O curta é produzido com recursos da Lei Paulo Gustavo e conta com o apoio da Fundação de Cultura Elias Mansour, do Governo do Acre e do Instituto Social, Cultural e Esportivo Malucos na Roça.