Rui Barros Vieira, responsável pelo ataque que deixou o artista Pedro Lucas Araujo, então com 20 anos, cego de um olho foi condenado a três anos, quatro meses e 25 dias de reclusão, além de pagar 100 dias-multa. A pena é em regime inicialmente semiaberto, e o réu tem o direito de recorrer em liberdade na hipótese de apelo.
O caso aconteceu em maio de 2021, em um posto de gasolina da cidade que dispõe de loja conveniência. A briga aconteceu, supostamente, porque um dos clientes teria ficado irritado com um amigo de Pedro, que ia ao banheiro e não fechava a porta.
Uma confusão de bar generalizada começou e, no final, Rui Barros foi ao carro, pegou uma chave de fenda e tentou agredir o amigo de Pedro pelas costas, golpe que pegou de raspão. Logo depois, o jovem foi segurado pelo cabelo, e o agressor enfiou a chave de fenda pela pálpebra inferior do seu olho esquerdo, até atingir o nervo óptico. A cegueira foi total.
Além disso, Rui também foi condenado ao pagamento de custas e demais despesas processuais e deve indenizar a vítima por danos morais e materiais em R$ 80 mil.
A GAZETA conversou, nesta quinta-feira, 6, com a vítima, Pedro Lucas Lima Araújo. A reportagem questionou como o rapaz recebia essa condenação.
“Recebo da melhor forma, porque é muito complicado. Estávamos todos muito apreensivos, com a sensação de impunidade, de que nada tinha sido feito. Isso me deixava desmotivado, a ponto de perder as esperanças. A sensação de impunidade acabou”, reiterou, acrescentando estar feliz com a decisão. “Por mais que ainda vá ter um processo pela frente, estamos felizes – principalmente eu – e agora é torcer e lutar pelo melhor”.
A reportagem também conversou com o advogado de Pedro, Kalebh Mota, que reforçou que o caso segue com desdobramentos tanto na esfera cível quanto na criminal. “No âmbito criminal, o processo ainda não transitou em julgado e se encontra em fase de apelação, aguardando apreciação pelo Tribunal de Justiça do Estado do Acre. Já na esfera cível, há uma ação em andamento, na 5ª Vara Cível de Rio Branco, na qual buscamos a devida reparação pelos danos morais e estéticos sofridos pela vítima”, reforçou.
Ainda segundo Mota, trata-se de um episódio de extrema violência e que deixou sequelas permanentes. “Impactando não apenas a integridade física da vítima, mas também sua qualidade de vida. A responsabilização dos envolvidos deve ocorrer de maneira ampla, garantindo que a vítima tenha acesso à justiça tanto no aspecto penal quanto na compensação pelos prejuízos irreparáveis que sofreu. Seguimos acompanhando atentamente o andamento dos recursos no Tribunal de Justiça e confiamos que o Poder Judiciário fará justiça, assegurando que a gravidade dos fatos seja reconhecida e que os responsáveis sejam punidos nos termos da lei”, finalizou.