A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 acusados por tentativa de golpe de Estado gerou repercussão na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), nesta quarta-feira, 19.
A GAZETA ouviu os deputados estaduais Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Arlenilson Cunha (PL), que expressaram opiniões divergentes sobre o caso.
Para Edvaldo, a denúncia já era esperada e se baseia em um conjunto robusto de provas. “A repercussão nos meios jurídicos, políticos e sociais mostra que se trata de uma peça consistente, que evidencia um golpe pensado, tramado e caracterizado como tentativa real”, afirmou.
O parlamentar destacou ainda a gravidade das acusações. “Mais do que isso, chega ao ponto criminoso de organizarem sequestros e até a morte do presidente da República, do vice-presidente e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes”, disse.
Segundo Magalhães, o Brasil está diante de um novo capítulo da “trama golpista”, que agora entra em uma fase crucial. “Defendo o amplo direito à defesa de todos os denunciados, mas também a punição exemplar para que a história dos golpes no Brasil não se repita”, concluiu.
Já o deputado Arlenilson Cunha, filiado ao mesmo partido de Bolsonaro, manifestou preocupação com o cenário político e classificou a denúncia como uma tentativa de criminalizar o ex-presidente. “É preocupante a situação que encontramos no país hoje. Fica claro que querem prender o maior líder da direita no Brasil, que é Bolsonaro”, declarou.
O parlamentar também contestou a acusação de golpe de Estado, argumentando que não havia uma estrutura militar para tal. “Não existe golpe sem um líder, sem tanques, sem pessoas armadas. Naquele dia, não houve qualquer registro de pessoas armadas. O que vimos foram idosos, trabalhadores, mães de família e domésticas nas ruas”, disse.
Arlenilson defendeu a pacificação política e afirmou ser favorável à anistia para os envolvidos. “Precisamos pacificar o país. O presidente Bolsonaro tem todo o direito de concorrer às eleições, e é isso que deve prevalecer”, afirmou.
Entenda a denúncia
A PGR denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas na terça-feira (18), acusando-os de crimes como:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado contra o patrimônio da União;
- Deterioração de patrimônio tombado.
O documento de mais de 270 páginas detalha a trama para desestabilizar as instituições democráticas e inclui provas reunidas ao longo das investigações. O caso segue para análise do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá sobre o andamento do processo.
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