Teve uma época em que achávamos que o problema da estupidez humana era a falta de acesso à informação. A internet provou que essa teoria é que era estúpida.
Criamos expectativa demais sobre a geração Z porque seriam os “nativos digitais”, pessoinhas brilhantes e antenadíssimas com as novas tecnologias. Engano! Ninguém é especial, brilhante ou qualquer coisa que o valha porque nasceu grudado na internet. A expectativa era de que todo mundo ficasse mais inteligente e, bem, isso não aconteceu.
Penso que piorou e aí não vou ser tão rasa ao falar disso, vou deixar aí para os entendidos sobre o assunto “emburrecimento via WhatsApp”.
Até quem cresceu comigo, estudou junto, passou pelo processo de emburrecimento e não estou falando apenas de política, foi um processo mesmo de ficar cada vez mais conectado e cada vez menos inteligente. Isso me assombra porque eu fui uma pessoa que acreditou no futuro e de que nada poderia PIORAR.
Acreditava que a sociedade só tinha um caminho: ir pra frente? Foi a minha burrice pessoal, ingenuidade gostosa e desilusão mais amarga.
Quando a realidade se impôs, saí da bolha, reconheço meus fracassos.
Parece que estou chamando a geração Z de burra, não é. Muito pelo contrário, trabalhando com essas pessoas, vejo as virtudes: não permitem ambiente tóxico com piadas sexistas, homofóbicas, etc. Quem faz esse tipo de coisa é rapidamente repreendido. Não fazem nada além do que está no “job description”, se você contrata uma pessoa da Geração Z na intenção de explorá-la ao máximo, pode se dar mal, é bem provável que ela irá se encher e ir embora. Ou pior, vai falar “não” para o trabalho solicitado e liderar um motim contra você.
A geração X, a qual pertenço, é acostumada com chefes sádicos, autoritários c*zões, assediadores de todos os tipos. Parece que não é mais assim. Ou até é, mas não fica barato.
Gosto de ver essa mudança, mesmo que muitas vezes ela me prejudique, já que se a geração Z não vai fazer o trabalho “a mais”, eu terei que fazer porque fui treinada para ser assim, monotonamente assim.