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‘Dia das mulheres’…e o que realmente importa olhar?

'Dia das mulheres'...e o que realmente importa olhar?E aí, quem está bem com os seus últimos devaneios? Ah, as mulheres adoram devanear…E, que bom!!! Importantíssimos são esses momentos de devaneios para a saúde mental.

Pois bem, hoje, 19 de março, no dia de São José, cúmplice de Nossa Mãe Maria, de acordo com a Bíblia, escrevo sobre o “Dia das mulheres”, embora acredite que todo dia é dia…E, nesse contexto, chamo à reflexão: se precisamos ainda de um dia para chamarmos de nosso, é porque ainda estamos distantes do ideal de sermos mulheres na sua integridade e respeito. Quão longe ainda estamos!

Concordo sim que, para isso, ainda temos que trabalhar muito e não só as mulheres, mas toda a comunidade planetária, principalmente as mães de homens, “machos alfa” e crianças. Acredito na educação infantil e no poder de conscientização.

Imagine escolas juntas nessa luta da conscientização sobre a história das mulheres e suas interfaces, e ainda, das dificuldades em ser mulher. Vocês já pararam pra pensar que as mulheres, desde antes de nascer, já tem suas histórias marcadas pela anatomia do seu corpo? Sim, há culturas, inclusive, nas quais, quando se sabe que o bebê é uma menina, existe um desprazer tão grande, que já incita raiva e ódio nos demais membros. Com um detalhe: são as mães que sentem esse preconceito de forma direta e agressiva.

Uma escritora ensaísta britânica chamada Virginia Woolf, que viveu no século XIX, enfrentou muitas coisas para se consagrar como uma autora de renome e, no Poema da Mulher, ela diz:

O que é uma mulher? Eu lhes asseguro, eu não sei. Não acredito que vocês saibam. Não acredito que alguém possa saber até que ela tenha se expressado em todas as artes e profissões abertas à habilidade humana.”

Infelizmente, apesar de alguns avanços importantes, ainda não tivemos esse espaço – e a liberdade – de expressão em todas as áreas e, quando chegamos perto, outras mulheres se sentem no regozijo de rivalizar, e muitos homens, de cometer microagressões veladas ou descaradas mesmo.

Então, queridas e queridos, a verdade é que a luta é grande e não há espaço pra muita comemoração. Aliás, as distrações nos tiram do que realmente importa se olhar.

Como a minha profissão me dá a possibilidade de trabalhar no campo dos significados e do simbólico, reitero que estamos por demais cansados, exaustos de uma hipocrisia sem fim, e o espaço que a hipocrisia ocupa é inversamente proporcional para a luz da consciência entrar. 

Por fim, convido a comunidade planetária para se educar para a conscientização de que a separação existe no corpo, mas, na alma, somos todos iguais, claro que na medida das nossas desigualdades. Em outras palavras, somos todos irmãos.

Dito isso, bora para o “Dia das mulheres” de 2026, até o dia em que não precisaremos mais ter dia para nos lembrar o quão distantes estamos das vitórias da luta feminina.

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