Olá, como estão, queridos leitores? Bom, por aqui, muitas novidades e incertezas, afinal, quem vive com muitas certezas num mundo cada vez mais desafiador para a “humanidade” que existe em cada um?!
Pois bem, alguém aguenta aí as notícias políticas, de guerras, de guerras fiscais, de taxação, de inteligência artificial, de violência, violência ao próprio corpo, violência ao corpo alheio, preço do café, aumento do preço do ovo. Haja filosofia estoica para “diluir” tamanha densidade material de fatos e formas em desajustes com a natureza humana.
Estamos vivendo numa sociedade da megalomania; tudo é muito, mega, hiper, super stars… Gente, cansei só de escrever. E, se tem uma característica da minha coluna é a provocação, ou seja, utilizo-me muito da maiêutica, aquele método socrático, conhecido na filosofia antiga, no qual a sequência de perguntas faz o “parto” das ideias. Neste contexto, aqui vou me escusar dessa habilidade própria das minhas vivências e profissão e, declaradamente, vou afirmar: ESTAMOS VIVENDO NUM MUNDO DA MEGALOMANIA.
Com isto, primeiro, vamos à origem da palavra, que é grega, que tem como prefixo “mega”, que é equivalente a grande; e mania diz respeito à loucura e frenesi. Então, de acordo com o nosso dicionário português, trata-se de uma predileção pelo grandioso ou majestoso, mania de grandeza.
Quando se trata de psicopatologia, embora o DSM-5 não traga como um transtorno clínico, pode-se, através dos critérios diagnósticos, percebê-lo dentro do rol taxativo do Transtorno de Personalidade Narcisista.
Embora não exista reconhecimento por parte de nosso manual diagnóstico, vale apostar que todo mundo anda vendo e sentindo as pessoas com “tom” além de uma supervalorização mórbida e macromania (significado dicionário) e sabe-se que isto, a grosso modo, pode causar “catástrofes” sociais, pois uma das atitudes inatas dos seres humanos gregários é a necessidade de cooperação. E, na contramão, quando convivemos com megalomaníacos, há crença primordial de ser especial demais, incapaz de dar apoio ou de buscar apoio.
Fico aqui a pensar: será que já não estamos vivendo e convivendo com isso, pessoas que tem crenças insuperáveis de “super-homens” e “mulher-maravilhas”? Aliás, não gosto nem um pouco quando, na perspectiva de homenagear as mulheres, faz-se referência à heroína Mulher Maravilha, criada em 1941, pelo psicólogo, escritor e inventor William Moulton Marston. Essa ideia permeia a nossas gerações há décadas e nos convida a pensar que podemos tudo e mais um pouco, numa eficiência e mega-blaster potência. Ei, recado: não somos máquinas.
Finalizo esse bate-papo, dizendo somente que, para além da crença de sermos especiais demais e mega-super-blaster-hiper-hype humanos, somos feitos de amor e segurança e que, na verdade, queremos pertencer, com respeito e acolhimento. Percebem a diferença?