Um estudo publicado na revista científica Science aponta que, entre 2010 e 2018, a região da Amazônia Sul-Ocidental, que compreende os estados do Acre, Rondônia e sul do Amazonas, além de partes da Bolívia e do Peru, viveu uma série de estiagens classificada como a sétima mais grave de todo o planeta.
O levantamento avaliou cerca de 13 mil eventos de seca pela Terra e mostrou que a área aparece entre as mais afetadas por estiagens extremas.
O estudo diz que seca extrema é um fenômeno em que ocorre escassez de chuvas por pelo menos dois anos. Essa característica, de acordo com a pesquisa, tem se tornado cada vez mais comum nas últimas quatro décadas, provando a teoria do aquecimento global e da emergência climática.

Fenômenos naturais que atingem com mais intensidade a região, como o El Niño, que provoca um aumento considerável nas ocorrências de calor, têm sido registrados com mais frequência, reforçando ainda mais a ideia de que as mudanças climáticas já são realidade na Amazônia.
Embora o recorte do estudo para a região onde o Acre está localizado seja de 2010 a 2018, não se pode deixar de lembrar que, em 2023 e 2024, o Acre enfrentou uma de suas piores secas que se tem registro, com escassez de chuvas, aumento nas queimadas urbanas e florestais e poluição extrema do ar.
Isso fez com que, no ano passado, o Acre figurasse com cinco das dez cidades mais poluídas de todo o Brasil, com a capital Rio Branco registrando o pior índice de poluição entre todos os mais de 5 mil municípios do país.