A pergunta parece simples, mas a resposta, nem tanto assim. O estilista alemão Karl Lagerfeld costumava responder: “Ser feliz? Não sou tão ambicioso”. A atriz sueca Ingrid Bergman repetia que, “para ser feliz, bastava ter boa saúde e memória ruim”. O consultor de empresas César Souza, por sua vez, traz um questionamento: “Eu muitas vezes me pergunto, diante de determinadas situações em que o custo de fazer o certo é elevado: qual é a minha prioridade? Ter justiça ou ser feliz? Prefiro ser feliz!”.
Ontem, quando foi celebrado o Dia Internacional da Felicidade, a Organização das Nações Unidas, a ONU, divulgou o tradicional estudo que classifica o grau de contentamento com a vida em 143 países. O relatório World Happiness (Felicidade Mundial, em tradução livre) indica que o Brasil subiu oito posições no ranking. Pulou de 44º para 36º, mas ainda bem distante das nações nórdicas que lideram a lista: Finlândia, Dinamarca, Islândia e Suécia, na ordem, os quatro primeiros colocados.
Com mil moradores, em média, entrevistados em cada país, a pesquisa conduzida pelo instituto Gallup utiliza seis quesitos para criar o ranking e classificar a felicidade: apoio social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de corrupção. Assim, os primeiros colocados na lista são, com frequência, países ricos e com menor desigualdade social.
Não é o caso do Brasil. Ao olharmos as 260 páginas da pesquisa, percebemos a diferença entre o que torna uma pessoa feliz ou não. E a conclusão é que a resposta não se mostra tão simples, pois envolve uma soma de fatores, como econômicos e sociais, cada um com um peso. Na Finlândia, por exemplo, há um forte grau de confiança nas pessoas e no amparo social. No Brasil, a valorização é maior dos laços familiares — com uma característica: o tamanho da família no Brasil pode ser um fator positivo para o bem-estar.
Em conversas com colegas de trabalho, ontem, é possível perceber o tanto que a sensação de felicidade muda de uma pessoa para outra. Uma me disse “estar bem”. Outro respondeu: “Tem mais momentos bons do que ruins”. Já uma jovem repórter preferiu parafrasear Carlos Drummond de Andrade: “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”.
Há ainda uma outra frase do poeta mineiro que muito me inspira ao pensar sobre o assunto: “Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons”.
Então, caro leitor, você é feliz?
Por: Correio Braziliense