A Polícia Civil de Cajamar, cidade da Grande São Paulo, decidiu fazer a reconstituição da morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que “a Polícia Civil solicitou ao IML a reconstituição do crime para esclarecer todas as circunstâncias em que ele ocorreu”.
Segundo a pasta, o principal suspeito (Maicol Antônio Sales dos Santos, 23 anos) “segue preso temporariamente após confessar a autoria do homicídio e as investigações prosseguem pela Delegacia de Cajamar para a conclusão do inquérito policial”, acrescentou.
A SSP não informou uma data exata para a realização da reconstituição.
A morte de Vitória
- Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi encontrada decapitada e com sinais de tortura na tarde do dia 5 de março, em uma área rural de Cajamar, na Grande São Paulo. Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
- Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição. A família reconheceu o corpo por conta das tatuagens no braço e na perna e um piercing no umbigo.
- Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, posteriormente, entrando no transporte público. Antes de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
- Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que lhe causavam medo. Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram junto com ela no transporte público — e um sentou atrás dela.
- Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga, dizendo que os dois não haviam descido junto com ela. “Ta de boaça”. Foi o último sinal de Vitória com vida.
A decisão bate de frente com a declaração do delegado responsável pela investigação do caso, Fábio Lopes Cenarchi, que, na última terça-feira (18/3) disse que não faria sentido realizar a reconstituição por ter certeza de que Maicol foi o autor do crime.
Essa declaração ocorreu horas depois de Maicol supostamente ter confessado o crime na presença de uma advogada, que não a dele, chamada por policiais para acompanhar a confissão.
Confissão de Maicol
Um vídeo mostra depoimento de Maicol à polícia. Nas imagens, ele é questionado por policiais e descreve como deixou o corpo da jovem, que foi encontrado em uma área de mata, após seis dias de buscas. O suspeito também afirma se sentir ameaçado pelos detentos e pelo “pessoal lá fora”.
Maicol ainda nega ter raspado ou arrancado os cabelos de Vitória e supõe que, devido ao estado de decomposição do corpo, alguém deva ter arrastado a jovem e, consequentemente, arrancado o couro cabeludo. Ele também negou qualquer envolvimento com facções criminosas — no início da investigação, as autoridades policiais suspeitaram que o crime tivesse ligação com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).