Um boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) revela um cenário preocupante sobre a leptospirose no estado: entre 2020 e 2024, foram registrados 660 casos confirmados da doença, com picos anuais durante o período de chuvas intensas, conhecido como “inverno amazônico”.
Os municípios de Cruzeiro do Sul e Rio Branco concentram os maiores números de notificações, com 288 e 268 casos, respectivamente.
Entre 2020 e 2024, Acrelândia registrou 6 casos; Brasiléia, 5; Bujari, 2; Feijó, 20; Jordão, 1; Mâncio Lima, 18; Marechal Thaumaturgo, 13; Plácido de Castro, 1; Porto Walter, 10; Rodrigues Alves, 9; Santa Rosa do Purus, 1; Sena Madureira, 4; Tarauacá, 7; e, Xapuri, 7.
Os dados mostram que os casos de leptospirose estão diretamente ligados às chuvas e enchentes, com maior incidência entre janeiro e maio. Em 2023, houve um aumento expressivo, atribuído ao trabalho intensivo da vigilância epidemiológica. Situações de risco, como sinais de roedores (58,85%), criação de animais (49,44%) e contato com terrenos baldios (38,86%), foram os principais fatores associados às infecções.
A doença tem atingido principalmente homens (69%) na faixa etária de 35 a 49 anos, residentes em áreas urbanas. Os sintomas mais frequentes incluem febre (88%), cefaleia (84%) e mialgia (82%), característicos da fase precoce da infecção. Apesar da baixa letalidade (0,78%), cinco óbitos foram registrados no período, com alerta para o biênio 2022-2023.
A Sesacre aproveitou a oportunidade para reforçar a importância de ações preventivas, veja:
- Controle de roedores em áreas de risco;
- Manejo adequado de animais e destinação correta de dejetos;
- Saneamento básico, incluindo descarte adequado de lixo e acesso à água potável;
- Proteção individual durante enchentes, como uso de botas e luvas.
Além disso, a população, além de buscar atendimento médico imediato em caso de sintomas e a notificar suspeitas às autoridades de saúde, é orientada também a evitar exposição prolongada à água, principalmente em caso de enchente. Para isso, é preciso proteger os pés do contato, usando botas e luvas ao realizar limpeza dos ambientes.
É importante salientar que a limpeza do ambiente sujo com água de enchente deve ser realizada com hipoclorito de sódio a 2,5% (2 xícaras de chá,400 ml, para cada 20 litros de água).