“Não adianta orar e esquecer o que ocorre ao lado, não adianta orar e esquecer a beleza da criação”. Foi assim que o bispo da Diocese de Rio Branco, Dom Joaquim Pertiñez, lançou, oficialmente, nesta quarta-feira, 5, a Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”.
Com o lema: “Deus viu que tudo era muito bom”, a Igreja Católica Brasileira, em 2025, busca reforçar a urgência da proteção ambiental e a necessidade de conversão espiritual diante das crises socioambientais, com o objetivo principal em promover em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra.
Dom Joaquim destacou a importância de abordar questões de interesse não apenas para a Igreja, mas para toda a sociedade brasileira, enfatizando a necessidade de uma ecologia integral, como sonhado pelo Papa Francisco durante o Sínodo da Amazônia, que aconteceu no Vaticano em 2019.
“Nós, como cristãos, como católicos, também somos parte desta sociedade. E com este tema tão atual, tão recorrente, que é a ecologia, e tomando o fundamento o Sínodo da Amazônia, que aconteceu em 2019, o que o Papa pedia e sonhava era uma ecologia integral, com vários aspectos. Hoje, vemos nosso planeta, nossa Terra, vivendo por situações horríveis referentes ao meio ambiente, e a Igreja está preocupada, porque precisamos cuidar da nossa casa”, explicou o bispo.
Durante sua fala, Dom Joaquim ressaltou que a campanha busca promover um processo de conversão integral, ouvindo o clamor dos pobres e da Terra em um momento de grave crise socioambiental. “Devemos dar uma resposta como Igreja e sociedade a esses gritos”, afirmou, ressaltando a importância de uma mudança de mentalidade e ação diante da degradação ambiental.
Cuidar da ‘casa comum’
A professora Fátima Nascimento, representante da área do meio ambiente da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), esteve presente no evento de lançamento da campanha, e expressou sua alegria em discutir o tema ambiental, ressaltando o papel da Igreja em cuidar da “casa comum”, o meio ambiente. Ela lembrou que, segundo a doutrina Católica, negligenciar a preservação do meio ambiente é considerado um pecado ecológico.
“Temos a obrigação de lutar por essa casa comum e cuidar dela”, declarou, enfatizando a gravidade da degradação ambiental que afeta tanto o Brasil quanto o mundo.
A Campanha da Fraternidade, que ocorre anualmente durante a quaresma, busca intensificar o espírito de reflexão e conversão, convidando todos a se unirem em prol da proteção do meio ambiente e da justiça social.
“Este ano nos traz uma grande oportunidade de vivenciarmos a experiência de uma vida nova”, concluiu Fátima, ao reiterar a conexão inseparável entre fé e a busca pelos valores que constroem o Reino de Deus. Com um histórico de 61 anos de campanhas, a Igreja já abordou temas ambientais nove vezes edições anteriores.