Com uma montagem rebelde e inovadora, o coletivo Teatro Candeeiro apresenta a peça “ELE”, de Jaqueline Chagas. A obra retrata um tema que chama a atenção da população acreana: o crescimento do número de pessoas em situação de rua. A temporada do espetáculo começa no dia 30 de março e segue nos dias 6, 12 e 13 de abril, na Usina de Artes João Donato, às 19h, em Rio Branco.
Quem é responsável por essas pessoas? O que pode ser feito? São questões levantadas para o espectador. No enredo de “ELE”, nota-se que essa realidade é um desafio para os agentes formadores da sociedade acreana. No espetáculo, é possível acompanhar a trajetória dos personagens, cheia de questionamentos.
Jaqueline Chagas, dramaturga, diretora, iluminadora e produtora do espetáculo, relatou com exclusividade ao site A GAZETA o processo de origem da peça e a escolha da temática. De acordo com ela, foi em 2020, em meio à pandemia de Covid-19, que a dramaturgia de “ELE” começou a ganhar vida.
“Na pandemia, percebi um aumento de pessoas em situação de rua e como tudo era muito preocupante. Ao ver aquelas pessoas na rua, eu me sentia vulnerável a ponto de pensar que ‘poderia ser eu’ no lugar delas. Ao mesmo tempo, me questionava por que só estava percebendo agora a existência daquelas pessoas e achei necessário compartilhar, através do teatro, o que estava me inquietando”, conta.
Desafios
A artista também falou sobre os desafios enfrentados na produção do espetáculo, visto que o principal deles é o fato de a produção ser totalmente independente, obrigando a equipe a utilizar recursos próprios. Além disso, neste trabalho, estão sendo testadas duas novidades: a primeira é o tempo de montagem, que foi realizado em seis meses, e a segunda é o novo formato da encenação, que promete surpreender o público.
“A obra utiliza uma montagem focada na visualidade e no físico, trazendo para a encenação uma construção um pouco perturbadora, mas extremamente curiosa. É através dessa montagem que estamos nos desafiando como coletivo teatral e a mim mesma como diretora, para experimentar algo novo no palco”, diz.
Além disso, a diretora explica que a peça tem como intuito apresentar questionamentos à sociedade, sem defender lados, apenas levantando diversas perguntas àqueles que estão assistindo ao espetáculo e que são os agentes mais importantes da sociedade brasileira.
“A mensagem que queremos passar vai ser construída por cada espectador após assistir ao espetáculo. É um trabalho conjunto”, finaliza.
Os ingressos custam R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30 (inteira) e podem ser adquiridos antecipadamente pelo perfil @teatrocandeeiro ou pelo telefone (68) 99229-8226. Vale lembrar que a organização está com um lote promocional, em que todos pagam meia-entrada até o dia 24 de março.
