“É difícil ser e se manter artista neste país.” A frase reflete a premissa do espetáculo ‘Enquanto o tempo me der tempo’, que o Coletivo Tempo de Teatro apresenta em Rio Branco. As apresentações serão realizadas nos dias 21, 27 e 28 de março, no Ateliê Varadouro, a partir das 20h.
A peça aborda as dificuldades da vida artística por meio da relação entre o palhaço Careta, interpretado por Daniel Ayrton, e o vendedor de sapatos Benvindo, vivido por Matheus Filgueira.
A trilha sonora ao vivo é conduzida pela instrumentista Isabel Darah e pela cantora Maria Saliza, que representam artistas que já partiram do circo.
Kétila Flor, produtora e diretora do espetáculo, relatou ao portal A GAZETA como surgiu a ideia da obra e as expectativas para a nova montagem.
Ela conta que a primeira versão foi encenada em 2018, quando ainda estava no 5º período do curso de Artes Cênicas, durante a disciplina de Noções de Direção, ministrada pelo professor Humberto Issau. A história despertou nela uma paixão imediata, principalmente por tratar das dificuldades enfrentadas pelos artistas.
Durante esse período, ocorria a campanha ‘Profissão Artista’, em resposta à tentativa do governo de extinguir as DRTs (Carteira de Registro de Artista) para teatro e circo, documento que garante direitos básicos para essas profissões.
“Nesse contexto, comecei a perceber que ser artista, em qualquer lugar, não é fácil, mas, em Rio Branco, temos muito pouco apoio ou incentivo. Como estava muito próxima dessas questões, a dramaturgia conversou profundamente comigo e também com as pessoas que convidei para fazer parte do espetáculo”, afirma Flor.
A diretora também compartilhou as expectativas para a nova apresentação. “Queremos que as pessoas saiam refletindo sobre essa profissão, sobre o que significa ser artista, já que, dentro da arte, há muitas linguagens e formas de atuação, o que é retratado no espetáculo. Que o público se sensibilize e entenda um pouco mais sobre como é difícil ser e se manter artista neste país”, finaliza.
