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Ex-marido de mulher linchada após boato de que matou filha no Acre diz que não tem notícias da bebê: ‘não sei quem pegou ela’

Ex-marido de mulher linchada após boato de que matou filha no Acre diz que não tem notícias da bebê: ‘não sei quem pegou ela’

Foto: Anne Nascimento

O ex-marido de Yara Paulino da Silva, mulher assassinada brutalmente durante linchamento na tarde desta segunda-feira, 25, no conjunto habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, informou que segue sem notícias sobre o paradeiro da filha do casal, uma bebê de dois meses.

Ele afirmou que, até o momento, não sabe quem pegou a criança nem para onde ela foi. Segundo o pai, ele não tem notícias sobre a criança há duas semanas.

Ismael também explicou que, devido à falta de documentos, tanto ele quanto Yara não conseguiram registrar a filha, que permanece sem nome e sem documentos.

“Eu ainda não sei onde está a nossa filha, não sei para onde ela foi, nem quem pegou ela”, disse Ismael, emocionado. O ex-marido também revelou que a separação do casal ocorreu devido a discussões frequentes e comentou que, apesar disso, sempre ajudou com fraldas e leite para a filha.

Ismael afirmou que Yara comunicou sobre o sumiço da criança, mas não procurou a polícia para formalizar a denúncia. A mulher teria dito para ele que iria registrar a ocorrência de desaparecimento da filha, mas que ele, por estar fora do bairro, não acompanhou o processo.

Morta após boato

O caso ganhou repercussão após a morte brutal de Yara, sob a acusação de ter matado a filha de apenas dois meses. Restos mortais foram encontrados em um saco de ração e, inicialmente, foi informado que seriam da criança, mas a Polícia Civil informou na noite de segunda, 24, que eram de um animal, possivelmente, cachorro.

A informação inicial era de que moradores do conjunto habitacional, acreditando no boato de que seria o bebê morto, foram até a casa da mãe, e a lincharam com golpes de ripa e machado. A Polícia Civil segue investigando o caso, buscando esclarecer qual o paradeiro da criança e, em coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira, 25, informou que o assassinato, possivelmente, foi cometido por membros de facção criminosa.

De acordo com o delegado responsável, Leonardo Ribeiro, a investigação visa apurar se o crime foi motivado por um boato sem fundamento. A equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) já ouviu testemunhas e continua em diligências para esclarecer os fatos.

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