“Deixei ele em casa sábado, deitado, dormindo. Eu o acordei e disse: não vá sair não”. Foi assim a última vez que o eletricista Francemilson Almeida dos Santos, pai do jovem Roger Matos Santos, o viu. O rapaz está desaparecido desde o sábado, 15, quando pulou no Rio Acre e foi levado pela correnteza. Nesta quarta-feira, 18, completam-se quatro dias de buscas.
A GAZETA conversou com Francemilson que, apesar do choque, conseguiu falar com a reportagem. Ele conta que os seis filhos – incluindo Roger – moram com ele no Ramal da Castanheira, nas proximidades do bairro Vila Acre, sendo Roger o que mais o ajuda com as outras crianças.
“Ele [Roger] saiu depois que fui trabalhar. É um garoto muito bom, não é envolvido com coisa errada. Meus outros filhos estão com outros familiares, e agora, estamos apenas esperando. Gostaria de pelo menos encerrar isso”, explicou, visivelmente emocionado.
Assim como a mãe de Roger, seu Francemilson está acompanhando as buscas às margens do Rio Acre, acompanhado de um irmão e do sobrinho. “Chego aqui de manhã e só saio à noite, todos os dias”, reiterou.

Buscas
Até o momento, o Corpo de Bombeiros já percorreu aproximadamente 20 km nas buscas, de modo que mergulhos não estão sendo realizados devido à correnteza forte do Rio Acre.
“Os bombeiros estão tentando, correndo, fazendo um esforço. Eles vão de manhã, ficam até o meio-dia, e voltam a tarde. Eu agradeço, pois eles sempre vem falar com a gente, dar explicações. Só que já está no quarto dia e não temos uma resposta, mas eu acredito em Deus que nós vamos ter essa resposta”. As buscas seguem até esta quinta-feira, 19, ainda segundo o Corpo de Bombeiros.
Francemilson, embora esperançoso, se disse prático. “Eu sou um homem batalhador, crio meus filhos, eu só queria uma resposta”, afirmou, acrescentando ainda que a família tem feito uma vaquinha para angariar fundos e continuar com as buscas. “Nós, da família, estamos aqui. Mas precisamos seguir com as buscas. Por isso, eu faço esse apelo, para que o governo se sensibilize, que as buscas continuem. É um filho de pobre, mas é um ser humano”, finalizou.