O julgamento que tornou réu Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de estado e outros quatro crimes não teve repercussão entre os vereadores aliados do ex-presidente na Câmara de Rio Branco nesta quinta-feira, 27.
Ainda assim, a reportagem tentou ouvir a bancada do Partido Liberal, formada por Raimundo Neném, Antônio Morais e Joaquim Florêncio, e só obteve resposta do último, com os demais se recusando a comentar o julgamento. Outro parlamentar que preferiu silenciar foi Zé Lopes, do Republicanos.
Segundo Florêncio, Bolsonaro “vinha fazendo um excelente trabalho na presidência” e, por isso, “deveria ter sido absolvido” pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que, por unanimidade, tornou o ex-presidente de extrema direita réu em decisão histórica proferida nesta quarta, 27, em Brasília.
“Eu creio que aquela denúncia lá não tem fundamento. Então, pra mim, Bolsonaro já deveria ter sido absolvido”, disse o vereador da base do prefeito Tião Bocalom (PL), que, ao contrário dos colegas de partido, não se furtou em defender o ex-presidente da República.
Inelegível até 2030 por abuso de poder político, Bolsonaro está, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR) e Polícia Federal, no centro da trama golpista para subverter as eleições presidenciais de 2022.
Em denúncia que soma mais de 270 páginas, a PGR traz provas e acusa o ex-presidente de tentar desestabilizar as instituições democráticas por meio do cometimento ou incitação aos seguintes crimes:
– Organização criminosa armada;
– Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
– Golpe de Estado;
– Dano qualificado contra o patrimônio da União; e
– Deterioração de patrimônio tombado.