O Papa Francisco foi superior aos antecessores trazendo esperança para os católicos progressistas e todos os demais segmentos que lutam pela superação das desigualdades, as iniquidades e o arbítrio mundo afora.
Francisco assumiu posições claras contra as desigualdades e contra o colapso ambiental. Criticou as políticas migratórias racistas da Europa. Buscou a paz.
Em especial, ele se pronunciou contra o genocídio cometido por Israel e em defesa da vida do povo palestino, com uma coragem que o singularizou entre os líderes mundiais.
Em relação a questões caras para a Igreja Católica, os avanços que sinalizou foram cautelosos – no acolhimento a homossexuais, na aceitação de métodos contraceptivos, na resposta às denúncias de abuso sexual por parte do clero. Eram ações de um político.
Foi mais ousado, segundo os experts, no enfrentamento aos escândalos financeiros. Não avançou nada na questão do direito ao aborto.
O conclave que se aproxima deve ser difícil. J. D. Vance, o vice católico de Donald Trump, estava em Roma para a Páscoa e se encontrou com autoridades do Vaticano (incluindo o papa). Tudo indica que os Estados Unidos se dispõem a comandar a pressão para eleger um direitista como novo papa.
Quando Ratzinger foi eleito, perguntei a uma amiga, professora, católica devota, como tinha sido possível. Afinal, não é o Espírito Santo que sopra para os cardeais o nome de quem deve ser escolhido? Ela respondeu: “O Espírito Santo fala, mas os cardeais nem sempre querem ouvir”.
No momento, se não ouvirem J. D. Vance já é o suficiente.
Tobias Barreto apresentou-se como um igual, é a igualdade afinal, que vale pela democracia, perfeitamente questionável no entanto, na medida em que equiparamos o conhecimento ao dinheiro e ao poder passamos a pensar com os pés no chão, enquanto caminhamos as pernas nos levam e as mãos vão soltas; que especulação é essa que bate as asas?