O papa Francisco morreu rapidamente na manhã de segunda-feira (21), após um derrame. Ele não sofreu e não havia nada que os médicos pudessem ter feito para salvar sua vida, disse o chefe da equipe médica do pontífice em entrevistas publicadas nesta quinta-feira (24).
Sergio Alfieri, médico do hospital Gemelli, em Roma, supervisionou o tratamento do papa durante a internação para tratar pneumonia bilateral no início deste ano.
Alfieri afirmou que recebeu um telefonema por volta das 5h30 da manhã de segunda-feira, no horário local, para ir rapidamente ao Vaticano e chegou cerca de 20 minutos depois.
“Entrei em seu quarto e ele [Francisco] estava com os olhos abertos”, contou o médico ao jornal Corriere della Sera. “Confirmei que não havia problemas respiratórios. Tentei chamá-lo pelo nome, mas ele não me respondeu”, adicionou.
“Naquele momento, eu soube que não havia mais nada a fazer. Ele estava em coma”, complementou o médico.
Em outra entrevista ao La Repubblica, Alfieri afirmou que “ele morreu sem sofrimento e em casa”.
Além disso, pontuou que algumas autoridades que estavam com o papa sugeriram transferi-lo imediatamente ao hospital.
“Ele teria morrido no caminho. Fazendo uma tomografia, teríamos um diagnóstico mais exato, mas nada mais. Foi um daqueles derrames que, em uma hora, te levam embora”, explicou.
Francisco tinha 88 anos e quase morreu lutando contra a pneumonia. De toda forma, o falecimento dele na segunda pegou muitas pessoas de surpresa.
No dia anterior, ele apareceu na Praça de São Pedro no papamóvel a céu aberto para saudar a multidão em festa no Domingo de Páscoa, sugerindo que estava melhorando.
Papa continuou trabalhando
Após Francisco retornar ao Vaticano depois da internação, em 23 de março, Alfieri e os outros médicos recomendaram dois meses de repouso para permitir que seu corpo se recuperasse.
Porém, Francisco, conhecido por se esforçar ao máximo, continuou trabalhando.
Ele se encontrou brevemente com o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, no Domingo de Páscoa, e visitou uma prisão em Roma em 17 de abril, Quinta-feira Santa.
Alfieri destacou que o papa ouviu os conselhos dos médicos e não se esforçou demais. “Ele [era] o papa. Voltar ao trabalho fazia parte do seu tratamento e ele nunca esteve exposto a perigos”, declarou o médico ao Corriere.
O médico ressaltou que viu Francisco pela última vez na tarde de sábado. “Ele estava muito bem”, comentou, acrescentando que contou ter presenteado o papa com uma torta de um sabor que ele sabia que o pontífice gostava.
Ele contou que o papa disse: “Estou muito bem, comecei a trabalhar novamente e estou gostando”.
“Sabíamos que ele queria voltar para casa e ser papa até o último momento. Ele não nos decepcionou”, concluiu.
Por: CNN Brasil
