Na década de 1970, o famoso cientista britânico Stephen Hawking teorizou que buracos negros não duram para sempre. Segundo o físico, eles perderiam massa lentamente ao emitir radiação, processo que ficou conhecido como radiação de Hawking. Isso significa que, ao longo do tempo, os buracos negros evaporariam até desaparecer.
Porém, o processo de evaporação dos buracos negros nunca foi detectado. Agora, uma nova teoria, que foi publicada em pré-print no site arXiv em março e ainda não foi revisada por pares, sugere que eles podem ter adquirido um tipo de carga elétrica de partículas invisíveis chamadas elétrons escuros.
Segundo a nova pesquisa liderada pela cientista Jessica Santiago, da Universidade Nacional de Taiwan, os buracos negros primordiais, formados logo após o Big Bang, podem ter adquirido carga escura por meio de partículas invisíveis chamadas elétrons escuros, processo que teria prolongado suas vidas e impedido que a evaporação prevista por Stephen Hawking ocorresse.
Essas partículas só teriam existido no universo jovem e sumido depois, porém poderiam ter sido suficientes para carregar os buracos negros, fazendo com que eles parassem de evaporar tão rápido. Dessa maneira, os buracos negros poderiam sobreviver até hoje e estar relacionados a uma boa parte da matéria escura, uma substância misteriosa que compõe grande parte do universo, mas que ainda não foi observada diretamente pelos estudiosos.
A matéria escura compõe grande parte do universo. Gravitacionalmente, ela afeta as galáxias e o universo. Os cientistas ainda não conseguiram descobrir do que ela é feita e nem ao menos observá-la, porém acredita-se que ela é está relacionada aos buracos negros primordiais.
Por isso, a descoberta feita pelos pesquisadores da Universidade Nacional de Taiwan é um passo importante para desvendar esse mistério, podendo servir como base para trabalhos futuros.
Por: Metrópoles