Mulheres jovens correm um risco maior de desenvolverem ansiedade por causa do uso excessivo do celular. A conclusão é de um novo estudo apresentado neste domingo (6) no Congresso Europeu de Psiquiatria.
A pesquisa, desenvolvida por membros da Associação Europeia de Psiquiatria, observou que o gênero está significativamente ligado ao tempo gasto com telas e aos efeitos negativos que esse hábito acarreta.
Attila Szabo, professor da Universidade Eötvös Loránd e um dos autores principais do estudo, explica que o uso excessivo dos smartphones, de maneira geral, está correlacionado a menores níveis de bem-estar mental e a um aumento no medo da percepção social negativa.
“Embora o tempo de tela, por si só, nem sempre seja o único indicador de uso problemático, ele frequentemente acompanha padrões de desregulação emocional e ansiedade social”, analisa Szabo.
Ele ainda comenta que, muitas vezes, o celular se torna um mecanismo para enfrentamento de desafios emocionais ou interpessoais.
A partir da análise do comportamento de 400 jovens adultos – 104 homens, 293 mulheres e três pertencentes a outro gênero –, os pesquisadores concluíram que as mulheres jovens são o grupo mais impactado negativamente pelo uso constante das telas.
➡️De acordo com Csibi Sándor, professor da Universidade de Medicina George Emil Palade e também um dos autores do estudo, há algumas hipóteses para as mulheres serem as mais vulneráveis a esse tipo de problema:
- Pressões sociais relacionadas à aparência e comparação social
- Maior ênfase na conectividade social
- Maior sensibilidade emocional
“Esses fatores podem levar a um ciclo de busca por validação por meio de interações digitais, contribuindo para um maior envolvimento emocional e, eventualmente, para a dependência dos smartphones”, destaca Neha Pirwani, pesquisadora na Universidade Eötvös Loránd.
O estudo não analisou explicitamente o tipo específico de conteúdo consumido, mas pesquisas anteriores indicam que os níveis mais elevados de ansiedade estão relacionados a hábitos como a rolagem passiva em redes sociais e mensagens motivadas pela busca de segurança emocional.
O pesquisador explica que esse uso das telas como passatempo tem sido constantemente associado a padrões de vício e impactos psicológicos negativos.
Por: G1