O Acre aparece entre os estados com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres no Brasil, segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios divulgado nesta segunda-feira, 7, pelo Governo Federal. O levantamento mostra que a diferença média de salários no estado é de 9,86%, ficando atrás apenas de Pernambuco (9,14%) e à frente do Distrito Federal (9,97%).
Ainda assim, o cenário nacional segue preocupante: no Brasil, as mulheres ganham, em média, 20,9% a menos que os homens em estabelecimentos com 100 ou mais empregados. Enquanto eles recebem R$ 4.745,53, elas ganham R$ 3.755,01. No caso das mulheres negras, a disparidade é ainda maior, com remuneração média de R$ 2.864,39.
Os dados do relatório se baseiam no Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2024, e analisaram 19 milhões de vínculos empregatícios. Segundo o Governo Federal, se houvesse igualdade salarial entre homens e mulheres nas mesmas funções, R$ 95 bilhões poderiam ser injetados na economia brasileira apenas neste ano.
O estudo revela que a participação das mulheres no mercado de trabalho formal aumentou para 40,6% em 2024, alcançando 7,7 milhões de mulheres empregadas. Entre as mulheres negras, o crescimento foi de 18,2%, passando de 3,2 milhões para 3,8 milhões de vínculos formais.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, defende que a mudança desse cenário depende de transformações estruturais. “É necessário que haja mudanças estruturais em nossa sociedade, desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores”, afirmou.
O relatório também detalha a desigualdade de remuneração por tipo de ocupação. Mulheres em cargos de direção e gerência recebem 73,2% dos salários dos homens, enquanto aquelas com nível superior recebem 68,5%. Já entre as trabalhadoras de serviços administrativos, a média é de 79,8%.
Entre os estados com maior disparidade salarial estão Paraná (28,54%), Espírito Santo (28,53%), Santa Catarina (27,96%) e Rio de Janeiro (27,82%).