O pai da pequena Cristina Maria e ex-marido de Yara Paulino, Ismael Bezerra, e um irmão dele, estão entre os oito presos na operação deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira, 29, no conjunto habitacional Cidade do Povo. As informações foram confirmadas pela Polícia Civil, em coletiva de imprensa.
Yara foi assassinada brutalmente em via pública, a pauladas, após boatos de que teria matado a própria filha, uma recém-nascida de três meses, no último dia 24 de março. A mulher foi morta pelo chamado “tribunal do crime”. Os restos mortais de um animal, encontrados em um terreno no conjunto habitacional dentro de um saco de ração, foram confundidos como sendo do bebê. A criança segue desaparecida.
A operação desta terça-feira, 29, diz respeito apenas ao assassinato de Yara, porém, o delegado-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, informou que, após as escutas e os depoimentos, é possível que haja maiores informações acerca do paradeiro de Cristina Maria.
“Estão sendo algumas [pessoas] interrogadas, outras ouvidas, para a gente dar continuidade e para que possamos, num menor tempo, esclarecer esse homicídio. E também tem a questão da criança, que está desaparecida até a presente data. Mas a gente está trabalhando para encontrá-la”, enfatizou.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Leonardo Ribeiro, foi comprovado que Ismael estava na casa de Yara no momento anterior à morte, durante as sessões de tortura que antecederam o assassinato da mulher, de 27 anos.
“O ex-marido, pelo que foi levantado na investigação, estava na casa da Yara no momento em que ela estava sendo torturada. E, durante o depoimento dele, ele negou estar presente na casa, falou que não chegou perto do local. Só que isso já foi confirmado: ele estava presente no local”, complementou.

Entre os presos, estão três mulheres que, segundo Leonardo, também estavam presentes no momento da tortura antes da execução de Yara. “São pessoas que estavam diretamente envolvidas na morte da vítima”, afirmou, acrescentando, no entanto, que os responsáveis pelo boato de que Yara teria matado a própria filha não foram identificados.
“Pelo que a gente conseguiu descobrir até o momento, foi uma notícia que começou a circular alguns dias antes da morte da Yara. Um morador teria visto uma pessoa jogando um saco de lixo na região, mas não teria sido naquele dia da morte. Ele falou que parecia a Yara e, depois disso, já deduziram que teria sido ela”, completou.
Todas as pessoas presas, com exceção do ex-marido e do irmão dele, são ligadas a facções criminosas, ainda de acordo com Leonardo. “A maioria [dos presos] são pessoas que participaram diretamente da morte dela, tanto da tortura como da execução, mas também tem um preso que seria, em tese, uma liderança que poderia ter ordenado a morte dela”.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, foram efetuadas, além das oito prisões, 10 buscas e apreensões de objetos. “Com isso, pretendemos dar andamento ao caso e solucioná-lo o mais rápido possível”, explicou.
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