O município de Mâncio Lima – a cidade mais ocidental do Brasil – será, em breve, sede de um dos empreendimentos mais promissores para o desenvolvimento econômico da região: o Complexo Industrial de Café do Juruá, que entrou em fase de testes operacionais nesta semana. A obra, orçada em mais de R$ 10 milhões, integra o programa Café Amazônia Sustentável, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com a Coopercafé, cooperativa de produtores da região.
O web repórter da GAZETA, Juan Vicent Diaz, esteve em Mâncio Lima, nesta terça-feira, 29, para acompanhar de perto os testes das máquinas e conversar com autoridades e produtores locais. Durante a visita, ele entrevistou a ex-deputada federal e atual diretora da ABDI, Perpétua Almeida, que demonstrou emoção com a conclusão da obra. “É a primeira grande obra da ABDI. É o governo federal chegando nos lugares mais distantes da Amazônia para apoiar a agricultura familiar e o cooperativismo”, destacou.
A estrutura conta com 11 secadores, descascadores, peneiras, elevadores e outros equipamentos que permitirão o beneficiamento completo do café, desde a secagem até a classificação dos grãos. A expectativa é de que a produção na safra de 2025 atinja cerca de 20 mil sacas de café, gerando um faturamento de até R$ 4 milhões para os produtores da região — a maioria deles agricultores familiares.
“Mais de 5 milhões de pés de café plantados em toda essa região do Juruá podem ser beneficiados aqui nessa indústria, nesse complexo industrial do café. Isso vai mudar completamente a economia dessa região do Juruá, que vai botar mais dinheiro no bolso da agricultura familiar”, explica Perpétua, afirmando ainda que a obra é de grande importância. “Hoje, a gente vê uma obra desse tamanho aqui, que todo mundo que tiver o seu café pode trazer pra secar nesse complexo. É uma grande importância para nós”.
Inauguração e visita presidencial
A previsão é que o complexo seja inaugurado após a segunda quinzena de maio, em data a ser confirmada pelo presidente Lula ou pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, atual ministro da Indústria. “Se não puderem estar presentes, vamos inaugurar mesmo assim, porque esta é a época da safra e o complexo precisa estar disponível para os produtores”, reforçou Perpétua.
O projeto já beneficia diretamente mais de 150 famílias e segue princípios de sustentabilidade e governança: toda a produção de café ocorre em áreas sem desmatamento, e o funcionamento do parque fabril é movido por energia solar.
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