O acidente de trânsito que resultou na morte de uma pessoa e deixou mais três em estado grave, ocorrido nesta quinta-feira, 17, tem ganhado cada vez mais repercussão. O deputado federal Coronel Ulysses se manifestou sobre o caso nas redes, e afirmou que foi um erro a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ter liberado o condutor do veículo envolvido. A PRF já emitiu nota de repúdio contra a fala do parlamentar (leia abaixo).
Segundo Ulysses, a PRF entrou em contato com sua assessoria para informar que o envolvido, um homem de 27 anos, foi liberado pelo fato de sua integridade física estar afetada, já que populares estavam inconformados.
“Algumas testemunhas, que estavam lá, disseram que isso não aconteceu. Mas o pior, [policiais da PRF] disseram que, posteriormente, iriam levá-lo [o condutor], ligar para ele e levá-lo para ser apresentado na delegacia, o que também não ocorreu”, enfatiza.
Ulysses também afirma que o motorista, de acordo com testemunhas, aparentava estar bêbado. “Está em dúvida hoje a situação em que esse condutor se evadiu com esse acidente. A gente não sabe porque ele está sendo protegido, mas não foi apresentado”.
A PRF, em nota, já informou que o teste do barômetro foi realizado e deu negativo.
Leia a nota de repúdio da PRF na íntegra:
O Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado do Acre vem a público se manifestar sobre a atuação dos nossos policiais durante o trágico acidente ocorrido no dia de ontem, 17 de abril de 2025, na Via Verde, no km 132 da BR-364.
Em primeiro lugar, manifestamos o grande pesar pelo falecimento do Sr. Macio, bem como nos solidarizamos com os familiares e amigos dele e com as outras vítimas feridas e seus familiares.
Infelizmente, o trânsito no Brasil é marcado pela violência e as mortes causadas em acidentes podem ser comparadas às mortes por guerra pelo mundo.
O atendimento de acidentes de trânsito, principalmente quando há óbito, é uma das faces mais tristes da PRF, e exige grande responsabilidade para o atendimento das vítimas e realização da perícia administrativa, tratado com a maior importância por cada PRF, que sabe que seu trabalho pode servir para a reparação de vítimas e familiares e ajudar na responsabilização dos envolvidos.
Dito isto, o SINPRF/AC manifesta o seu total apoio à equipe que atuou no referido acidente de forma exemplar, observando as normas internas e a legislação aplicável ao caso.
Por está razão, manifestamos nosso profundo repúdio às falas do deputado federal Coronel Ulysses, que, como pessoa que já atuou na segurança pública e se auto intitula defensor da área, deveria conhecer as dificuldades, limitações e responsabilidades dos profissionais de segurança.
Atacar policiais no exercício do dever com base exclusivamente em boatos não confirmados, mesmo quando já estava ciente da versão oficial da PRF, não é a conduta que se espera de um parlamentar e integrante da valorosa Polícia Militar do Estado do Acre, a qual, inclusive, prestou fundamental apoio para a PRF no atendimento do acidente, como sempre faz quando necessário.
Para fins de esclarecimento da sociedade, é fundamental desmentir versões falsas que passaram a circular nas redes sociais, como a de que o envolvido é policial e que a equipe da PRF atuou de forma a favorecer o condutor envolvido.
Em primeiro lugar, o condutor da caminhonete vermelha não tem qualquer vínculo com a PRF ou com outro órgão de segurança pública. Em segundo, ele foi, sim submetido ao teste de bafômetro e o resultado foi negativo para o consumo de álcool (teste n° 4021, realizado no aparelho ALCOLIZER, modelo LE5, n° de série 22001319, com certificado do INMETRO n° 40656. Por fim, é importante dizer que ele permaneceu no local e não se omitou em socorro aos demais envolvidos, de forma que o Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 301, veda a lavratura de auto de prisão em flagrante. Assim, considerando o reduzido número de policiais presentes no local e o elevado número de populares e familiares, alguns com os ânimos exaltados, a equipe entendeu que não seria viável manter o condutor no local enquanto os procedimentos de orientação de trânsito e perícia administrativa eram realizados, de forma que optaram por liberar o condutor sob o compromisso de comparecimento posterior na polícia civil para prestar depoimento, com o fim de evitar o agravamento da situação e a possível ocorrência de casos de violência.
É importante destacar que a liberação do condutor após a sua identificação e realização de teste do bafômetro não compromete em nada a apuração dos fatos pela Polícia Civil, para quem o Boletim de Ocorrência Policial foi entregue ainda na data de ontem, assim como será concluído o mais breve possível o Laudo Pericial de Acidente de Trânsito, que apontará as conclusões da equipe que atendeu o acidente e será disponibilizada para as vítimas e familiares das vítimas.
Por fim, o SINPRF/AC reitera o seu total apoio aos policiais rodoviários federais envolvidos no caso e que engrandeceramo nome da instituição por meio da legalidade e excelência das suas condutas e informa que estará sempre atento para atuar em defesa dos seus filiados que atuam incansavelmente na defesa da sociedade, ainda que muitas vezes não sejam reconhecidos por parcela dela.