A música está ligada diretamente ao contexto social vivenciado pelas gerações passadas e pelas que virão. Ela reflete e influencia a cultura, os valores e a identidade de uma sociedade. Foi assim que dois discos viraram objeto de pesquisa do professor de História Contemporânea da Ufac, Wlisses James, e agora se tornam uma apresentação didática.
A apresentação será neste domingo, 20, na Usina de Arte João Donato, às 19h30, com entrada gratuita. “Diálogos Musicais” nasceu com a proposta de fazer um comparativo entre obras de Caetano Veloso e Belchior, lançadas nas décadas de 60 e 70.
“A música dialoga diretamente com o contexto da sociedade. Os temas abordados nas letras geralmente são temas do cotidiano dos artistas, principalmente quando se pensa em música brasileira — uma coisa muito do cotidiano, muito do dia a dia, do que se vê no jornal, se vê na TV, do que se sente na pele, seja estar desempregado, seja estar bem empregado, seja o desejo fetiche de mercadoria. Então, a música, como outros elementos da cultura de massa, é fundamental para que a gente analise a sociedade”, conta o professor.
A dinâmica proposta é que, ao longo das apresentações, o pesquisador tenha uma conversa com o público sobre o histórico da música brasileira dos anos 60 e 70, dando foco para a chegada e evolução do rock no Brasil, o movimento Tropicália, a pós-Tropicália, fazendo essa análise dos momentos — da alegria dos anos 60 ao desespero e à falta de perspectiva dos anos 70 — além da consolidação da ditadura no país.
As expectativas são altas. Wlisses comenta que o público é livre e, além das músicas de Belchior e Caetano Veloso, fazem parte do repertório canções da Jovem Guarda.
“A expectativa é a mais alta possível. Estou acompanhando os ensaios, nós temos uma banda com músicos excelentes, cantores e cantoras excelentes. No nosso time tem a Narjara Saab, Sandra Buh, Diogo Soares — ou seja, artistas consolidados aqui na cena local —, além de um time de músicos maravilhosos”, finaliza Wlisses.
“Diálogos Musicais” é um projeto financiado pela Política Nacional Aldir Blanc, através do edital da Fundação Garibaldi Brasil, produzido pela Acreativa Produções e Wlisses James, e conta com o apoio da Fundação Elias Mansour.
