Éder Rodrigues de Paula, de 49 anos, foi identificado como o homem que desapareceu no Rio Acre na tarde da última terça-feira (15), após uma perseguição da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no bairro Cidade Nova, em Rio Branco. Familiares contestam a versão divulgada pelos agentes e afirmam que Éder era um homem honesto, trabalhador e pai de família.
A esposa da vítima, Neide Rodrigues, disse que Éder saiu de casa para trabalhar, como fazia diariamente, e que chegou a almoçar com a família no mesmo dia. Segundo ela, o marido ainda deixou o filho na escola antes do ocorrido.
Neide afirma que a viatura envolvida na perseguição não estava caracterizada, o que teria assustado Éder. “Ele meio que se assustou, né? Pensando que fosse um assalto, um bandido. Do jeito que aconteceu… depois apareceu um monte de policial. Não sei por que tanta polícia para uma pessoa só, sendo que ele não transportava droga e nem arma.”
A esposa ainda denuncia que não houve tentativa de socorro. “Não socorreram ele. Foi ligar para o bombeiro depois que ele tinha desaparecido. Sendo que quando ele estava dentro do rio já era para ter acionado o bombeiro. E ninguém fez nada.”
Ela também questiona a narrativa de que a perseguição teria começado no município de Senador Guiomard (Quinari). “Isso não procede. Como é que ele ia vir do Quinari até aqui sem ser pego, com tanta polícia? Ele almoçou em casa, deixou o filho na escola. Isso é mentira.”
A prima da vítima, Marinilda da Rocha Ferreira, reforça o posicionamento da família. “O que a gente quer falar para a população é que o Éder não era nenhum bandido, ele não era traficante. Era um pai de família, trabalhador, honesto. E ele foi perseguido.”
Segundo a PRF, Éder dirigia uma caminhonete Nissan Frontier, cor prata, placa MZR-5C42, e desobedeceu a uma ordem de parada no km 191 da BR-317, vindo de Senador Guiomard em direção a Rio Branco. A perseguição continuou até a rua Beira Rio, onde ele abandonou o veículo e se lançou nas águas do Rio Acre.
Dentro do carro, foram encontrados diversos maços de cigarros com indícios de contrabando, possivelmente oriundos da Bolívia. A Polícia Federal foi acionada e recolheu objetos no local, entre eles as sandálias de Éder. Um drone também foi utilizado nas buscas.
O caso está agora sob investigação da Polícia Federal. A família, enquanto isso, clama por respostas e justiça.
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