Mães e pais de autistas realizaram, na manhã desta quinta-feira, 3, uma manifestação em frente ao Palácio Rio Branco, no Centro da capital, para cobrar, das autoridades públicas, políticas mais efetivas para crianças e adultos neuroatípicos.
Uma das demandas é a ampliação de mediadores nas escolas estaduais e municipais. Outra pauta diz respeito a uma maior atenção para adultos autistas, que cobram tratamentos, apoio, prioridades em filas e um mercado de trabalho adaptado e sensível à questão. Além disso, eles cobram a realização de terapias de forma frequente, sem interrupções.
Os manifestantes vestiram preto e amordaçaram a própria boca em sinal de luto contra as demandas não atendidas – uma das mães levou ao protesto um caixão em miniatura.
“Viemos aqui colocar para fora o descaso que sofremos por parte do poder público. Aqui tem mães que enfrentam o abandono familiar por serem atípicas, que vivem em vulnerabilidade econômica e social, que estão há anos em filas intermináveis esperando terapia para suas crianças e mães que tiveram suas consultas cortadas porque determinado órgão público não funciona mais. O autismo é bonito no mês de abril, mas a nossa realidade no restante do ano não é essa”, desabafa a ativista Saana Monteiro, mãe de criança autistas.

O protesto ocorreu instantes antes de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para tratar do fortalecimento da rede de apoio às crianças, adolescentes e adultos atípicos, além de pais e responsáveis.
Na quarta, 2, data em que se celebra o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, o governo do Acre divulgou que o Centro Especializado em Reabilitação do Estado do Acre (CER III), unidade de referência para pessoas com deficiência localizada em Rio Branco, realiza acompanhamentos para pacientes com diagnóstico confirmado e em processo de investigação. Atualmente, a unidade atende cerca de 823 pacientes diagnosticados com autismo e acompanha 393 crianças em investigação.
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