O secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Sasdh) João Marcos Luz chamou de criminosos os moradores da Baixada da Sobral que têm feito ameaças contra os donos do imóvel que pode ser alugado pela prefeitura para servir como nova sede do Centro Especializado para População em Situação de Rua, (Centro Pop).
As hostilidades sofridas pelo casal de idosos veio a público nesta quarta-feira, 17, após denúncia feita pelo promotor de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania do Ministério Público do Acre (MPAC), Thales Ferreira, na tribuna da Câmara dos Vereadores, durante debate sobre a transferência do Centro Pop para o bairro.
“É muito ruim a gente ouvir isso. A responsabilidade social cabe a todos os cidadãos, e não só às instituições. Certamente, o MPAC vai agir e a polícia vai chegar a esses criminosos, porque quem ameaça é criminoso”, disparou o gestor, que defende a saída do Centro Pop da região central da cidade porque, segundo a prefeitura, o prédio está danificado e não comporta mais os serviços ofertados para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Devido as hostilidades, os proprietários teriam desistido de alugar o prédio para a prefeitura. Eles denunciaram ameaças de incêndio ao prédio, caso este fosse cedido ao poder público para a construção do novo Centro Pop.
“A escolha do imóvel na Baixada da Sobral foi puramente técnica. Jamais esperávamos que a pressão política sobre dois idosos seria tamanha a ponto de prejudicar a saúde deles, que hoje vivem de portas fechadas e não aguentam mais receber telefonemas de moradores. Nunca imaginei uma situação dessas”, lamentou Thales.
“Não quero, de forma alguma, que os proprietários do imóvel morram de hipertensão e AVC causados pela pressão política, da imprensa, dos abaixo-assinados e das ligações que eles recebem o dia todo para não permitirem que eles aluguem a casa. Não quero sujar minhas mãos de sangue”, continuou o promotor do MP.