O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) diz ter flagrado ausência de médicos na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do Hospital da Criança. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, 22, e a constatação teria ocorrido na última quinta-feira, 17, quando servidores informaram que o ambiente havia se transformado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Em nota, o governo se manifestou, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e disse que a falta de um médico na UCI foi um “episódio pontual, devido a uma licença médica (leia a nota abaixo).
Segundo o Sindmed-AC, a falta de um profissional na UCI reforça a necessidade de contar com profissional de plantão, agravando ainda mais a situação e expondo as crianças ao risco de morte. “O único setor em que se verificou ampliação do número de leitos foi a enfermaria, que passou de 55 para 60 macas. No entanto, o aumento não foi acompanhado da quantidade necessária de profissionais. Com isso, dois plantonistas são obrigados a enfrentar uma jornada extenuante para manter os cuidados essenciais às crianças”.
De acordo com a diretora do Sindmed-AC, Luiza Zamith, a situação é crítica, porque não podem ocorrer mais de duas intercorrências ao mesmo tempo. “Se uma terceira criança passar mal, terá que aguardar até que os médicos consigam atender os primeiros dois pacientes, o que aumenta a possibilidade de morte. Nossa preocupação é garantir atendimento, mas, sem profissionais suficientes, torna-se difícil atender a todos os casos”.
Além disso, o Sindmed informou que a visita do sindicato também constatou que a chamada sala vermelha não possui isolamento apropriado nem equipe suficiente, dependendo de outros setores para a estabilização dos pacientes.
“Outra irregularidade é a ausência de uma escala de plantão para os médicos da área conhecida como UCI e que teria sido transformada em UTI. A situação já foi denunciada às autoridades, mas continua a se repetir, desrespeitando a legislação vigente, por isso o Conselho Regional de Medicina (CRM), o Ministério Público Estadual e outros órgãos fiscalizadores serão informados”.
O sindicato informou ainda que, caso exista a confirmação da mudança de UCI para UTI, a quantidade de médicos necessários aumenta, como previsto em resolução. “Agravando ainda mais a possibilidade do cometimento de uma ilegalidade”.
Ainda segundo o Sindmed-AC, outro problema encontrado foi em relação aos banheiros. De acordo com o sindicato, na enfermaria do HC, os pacientes se revezam no uso do banheiro do quarto destinado ao isolamento, devido à insuficiência de instalações sanitárias.
“O outro banheiro, mais distante da enfermaria, não oferece privacidade, pois suas divisórias não possuem portas. Além disso, as poucas portas existentes não têm trancas, o que obriga os usuários a trancar a porta principal para utilizá-lo, inviabilizando o uso simultâneo por mais de uma pessoa”. A Sesacre não se manifestou quanto ao assunto.
Em nota, o governo do Acre enfatizou que, apesar da licença, não houve comprometimento no atendimento das crianças. “Pois a equipe foi imediatamente reforçada, assegurando a continuidade dos cuidados necessários”.
Leia a nota na íntegra:
NOTA PÚBLICA
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), reafirma seu compromisso com o cuidado e a proteção das crianças atendidas no Hospital da Criança. A unidade conta com uma equipe dedicada e atua dentro dos parâmetros técnicos exigidos para garantir a segurança e qualidade no atendimento.
A falta de um médico na UCI foi um episódio pontual, devido a uma licença médica, mas que não comprometeu o atendimento das crianças, pois a equipe foi imediatamente reforçada, assegurando a continuidade dos cuidados necessários.
A Sesacre segue atenta às necessidades de seus serviços e reafirma seu compromisso com a transparência, o diálogo contínuo e a melhoria constante na qualidade do atendimento prestado à população.
Ana Cristina Moraes
Secretária Adjunta de Saúde
Secretaria de Estado de Saúde do Acre – Sesacre