O superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTrans), Clendes Vilas Boas, se defendeu, durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 30, daquilo que considera ser uma “série de ataques infundados, perseguições políticas e distorções envolvendo a atuação da autarquia e de seus agentes de trânsito”.
O caso ganhou repercussão após o vereador Éber Machado denunciar supostos cancelamentos de multas, supostamente favorecendo militantes de campanha eleitoral do atual prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, e que estavam presentes em uma carreata.
Em sua fala, Clendes afirmou que vem sendo alvo de um “linchamento moral” nas redes sociais, movido por um pequeno grupo de agentes insatisfeitos com medidas administrativas, e que estariam sendo instrumentalizados por interesses políticos. Segundo ele, esses agentes vêm promovendo uma “politização indevida” de casos operacionais e usando documentos internos de forma distorcida para atacar sua gestão e a do prefeito Tião Bocalom. “Estamos sofrendo um ataque violento nas redes sociais por pessoas que não conhecem o devido processo legal, não conhecem os trâmites da natureza de fiscalização”, enfatizou.
Críticas à atuação de agentes e politização
O superintendente relatou que alguns agentes da RBTrans vêm utilizando seu cargo para perseguir cidadãos, condutores e até membros da administração municipal. Durante a coletiva, ele citou casos de multas aplicadas durante eventos previamente autorizados, como uma caminhada do Partido Progressistas, em trecho da Via Chico Mendes, o que classificou como atos de má-fé e abuso de autoridade.
“Se estava autorizado o uso da via para pedestres, como é que um agente, sozinho, aplica multas durante uma procissão ou evento político? Isso é perseguição, é politização de um tema sério, que é o trânsito”, criticou Clendes.
Ele também ressaltou que a postura da gestão tem sido sempre a de orientar antes de punir. “O trânsito precisa de educação, e o bom condutor é aquele que conhece e respeita a legislação. A punição deve vir com equilíbrio e bom senso”, pontuou.
Cancelamento de multas e abertura de investigação
Diante dos abusos relatados, Clendes afirmou que o conselho superior da RBTrans decidiu anular algumas notificações consideradas injustas e abrir procedimento administrativo disciplinar (PAD) contra um agente envolvido, o qual acabou sendo absolvido pela comissão interna. Apesar da absolvição, o superintendente condenou a divulgação de informações sigilosas do processo por parte do servidor, que teria repassado documentos a um vereador.
“O processo estava em sigilo. Isso não pode ser usado para fazer política suja. O que houve foi um julgamento interno, com base técnica, e tudo foi registrado legalmente”, declarou Vilas Boas
Clendes também mencionou tensões internas relacionadas ao decreto municipal de contenção de despesas, que teria suspendido plantões extras de agentes. A decisão, segundo ele, foi técnica e legal, mas gerou insatisfação e até tentativa de pressão por parte de um grupo de agentes, incluindo paralisações e ações como a interdição do terminal urbano.
“Mais de 20 agentes tentaram invadir minha sala para exigir plantões extras. Isso é inadmissível. Os plantões devem ser pagos com responsabilidade, e não a bel-prazer”, finalizou.
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