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Atos bolsonaristas pró-anistia pelo 8 de janeiro expõem racha da direita no Acre

Atos bolsonaristas pró-anistia pelo 8 de janeiro expõem racha da direita no Acre

Foto: Reprodução/Instagram

Os dois atos pró-anistia ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e aos presos do 8 de Janeiro, ocorridos neste domingo, 6, em Rio Branco, expuseram o racha de algumas das principais lideranças da direita no Acre.

Enquanto o prefeito Tião Bocalom (PL), o vice Alysson Bestene (PP) e o senador Márcio Bittar (União Brasil) participaram do protesto no Afa Jardim, o senador Alan Rick (União Brasil) preferiu não se juntar aos colegas de bandeira e foi prestigiar a manifestação independente em frente à Assembleia Legislativa (Aleac), no Centro.

Na semana passada, Rick e Bocalom trocaram críticas nas redes sociais. O primeiro acusou o prefeito de não ter cumprido a promessa de doar terreno para a construção do novo 7º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC) para que o local onde o órgão atualmente funciona seja desapropriado para as obras do Parque da Cidade.

Além disso, criticou a não assinatura de Bocalom a um programa que garante a ampliação do saneamento básico e tratamento de lixo na capital. De acordo com o senador, a ação está travada por culpa do prefeito.

Bocalom reagiu e disse que o projeto de saneamento e lixo defendido por Rick colocaria o município sob risco financeiro, mesmo o senador afirmando que a cidade teria mais a ganhar do que perder.

Ainda na semana passada, Rick se reuniu com quatro dos cinco vereadores que fazem oposição a Bocalom – Eber Machado, Neném Almeida, Fábio Araújo (MDB) e Zé Lopes (Republicanos) e expôs as críticas ao prefeito. Além disso, tornou pública a reunião ao postar foto com os parlamentares em suas redes sociais.

Outro fator determinante para a não ida de Rick ao protesto “oficial” pela anistia aos criminosos que atentaram contra a democracia brasileira foi a presença do senador Márcio Bittar, com quem não se dá bem.

Embora no mesmo partido, os dois parlamentares federais pertencem a alas distintas do União Brasil no Acre. Recentemente, o grupo de Alan Rick com cargos no governo do estado foi exonerado e as vagas foram ocupadas por indicados de Bittar, entre eles o filho deste, João Paulo Bittar, que hoje preside a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), órgão até fevereiro deste ano comandado por apadrinhados de Alan.

Essa “dança das cadeiras” evidenciou outra cisão: a do senador com o governo, tendo como pano de fundo a disputa pelo Palácio Rio Branco. Rick está bem posicionado nas pesquisas de intenção de votos para 2026, o que despertou ciumeira no grupo político que governa o Acre, mais precisamente na vice-governadora Mailza Assis (Progressistas), que tenta se viabilizar como candidata à sucessão do colega de partido Gladson Cameli.

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