O futuro eleitoral do MDB no Acre dependerá das eleições internas do partido, a serem realizadas em agosto. Duas chapas, com visões distintas sobre o pleito de 2026, devem disputar o comando do “glorioso”.
De um lado, os cabeças brancas, representados pelo atual presidente Vagner Sales, que avalia as diversas possibilidades para construir a candidatura majoritária da sigla para o ano que vem, flertando, inclusive, com uma possível filiação do senador Alan Rick (União Brasil) à agremiação, para que este dispute o governo pelo partido.
Do outro, está o deputado estadual Tanízio Sá, ligado aos cabeças pretas do MDB, ala mais juvenil da sigla. O parlamentar não esconde sua preferência por continuar apostando em Marcus Alexandre, que deixou o PT após a derrota para o governo em 2022 e passou a encampar as fileiras emedebistas no ano seguinte.
Em entrevista exclusiva À GAZETA, Tanízio afirma que, hoje, o ex-prefeito de Rio Branco é a maior liderança do MDB e, por isso, precisa estar na pauta da discussão sobre a candidatura majoritária do “glorioso”. “Ele fez quase 70 mil votos nas eleições municipais do ano passado. Não adianta escondermos isso”, justifica o parlamentar.
Sobre os colegas de partido que cortejam Alan Rick, o deputado disse: “Eu os respeito. Mas, particularmente, sou da ala do Marcus Alexandre. É lógico que, no final, os cabeças pretas e brancas se unirão em torno de um único nome, porque o interesse maior é trazer o bem para o Acre. O partido estará todo junto”, garante.
O debate acerca das eleições de 2026 é o que está em jogo no pleito interno da agremiação. Um grupo, formado, sobretudo, por membros mais antigos, que viveram o auge da rivalidade com o PT no Acre, até hoje não engoliu a filiação do ex-petista à sigla e quer um nome desassociado ao partido de Jorge Viana.
Se vencer as eleições internas do MDB, a expectativa é que Tanízio tenha força e influência suficientes para abafar o clamor dessa ala e emplacar o nome de sua preferência. Porém, se Vagner Sales for reconduzido ao cargo, os cabeças brancas voltarão a dar as cartas fortes no partido, que viveu período de equilíbrio durante o comando do ex-governador e ex-presidente da sigla Flaviano Melo, falecido em novembro de 2024.
“O MDB é um partido grande. Nós estamos aí conversando. Eu devo montar uma chapinha para concorrer. Nosso interesse é unificar o MDB, fazer um MDB grande, mais forte, mais participativo, com uma chapa que tenha a chance de eleger mais deputados estaduais e federais também”, finaliza Tanízio.