“Não tenho vergonha de dizer que não estamos cumprindo as políticas públicas no Centro Pop”. A frase foi proferida pelo secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Sasdh), João Marcos Luz, na manhã desta quarta-feira, 16, durante debate, na Câmara dos Vereadores, sobre a transferência do Centro Especializado para População em Situação de Rua para bairros de Rio Branco.
De acordo com o gestor, o órgão foi transformado, em administrações passadas, em uma espécie de restaurante, furtando-se, portanto, de sua real função, que é a de dar assistência concreta às pessoas em situação de rua e de drogadição, visando a superação da condição.
“O Centro Pop é para cuidar dessas pessoas com atendimento social e psicológico, por exemplo. Mas o que fizeram lá atrás: transformaram em restaurante. O Ministério Público entrou com ação e nos deu 90 dias para reordenarmos o órgão, e é aí que começa o debate para onde o Centro Pop vai, porque o local onde está, atualmente, não tem mais condições de funcionar. Isso é ponto pacificado na gestão: não dá mais para ficar onde está”, disse Luz.
O secretário ressaltou que o órgão só vai conseguir exercer sua real função, após mudança de endereço. A prefeitura tenta levar o Centro Pop para a Baixada da Sobral porque a regional possui diversas estruturas estratégicas para essa população, como UPA, CRAs, delegacia de polícia, restaurante popular, entre outros.
Luz citou qual seria a função ideal do Centro Pop: “Ele é, basicamente, um escritório de apoio a quem está em situação de rua. O cidadão chegando lá, a gente faz uma entrevista para saber de onde ele é, há quanto tempo vive nas ruas, se é usuário de alguma substância, se tem problemas de saúde… A partir daí, as equipes encaminham para uma unidade de saúde, proposta de trabalho ou até mesmo uma casa terapêutica, mas só se ele quiser, porque não podemos obrigá-los a se internar”.
Além de Luz, participaram do debate sobre a realocação do Centro Pop o vice-presidente da Associação Comercial do Acre (Acisa), Marcello Moura; o promotor de Direitos Humanos do Ministério Público do Acre (MPAC), Thales Ferreira; o representante dos moradores da Baixada da Sobral Lívio Veras; entre outros.
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