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Roberto Duarte diz que Acre não pode mais ficar isolado e à margem do desenvolvimento

Roberto Duarte diz que Acre não pode mais ficar isolado e à margem do desenvolvimento

O deputado federal Roberto Duarte (Republicanos-AC) tem defendido com veemência a construção de uma estrada ligando Cruzeiro do Sul a Pucallpa, no Peru, passando pelo Parque Nacional da Serra do Divisor. Em pronunciamento recente na Câmara dos Deputados, ele reforçou que a proposta não é um ataque à floresta, mas uma solução para romper o ciclo de isolamento que há décadas penaliza a população acreana. “É hora de superar essa falsa dicotomia e propor um caminho que una preservação ambiental e justiça social”, afirmou.

Segundo Duarte, a ausência de infraestrutura condena comunidades locais à estagnação, dificulta o acesso a direitos básicos como saúde e educação e ainda favorece atividades ilegais, como garimpo e tráfico de drogas. Ele sustenta que uma estrada bem planejada pode ser um vetor de inclusão, escoamento da produção e integração regional. Além disso, não há preservação verdadeira quando quem vive na e da floresta é deixado para trás. “Preservar sem garantir dignidade é condenar essas pessoas a uma existência sem opções. O discurso ambiental não pode ignorar a realidade de quem vive nessas localidades, porque quando não há ação concreta do Estado, o povo fica à mercê. E onde o poder público não chega, quem ocupa o espaço são os criminosos”, alertou.

Inspirando-se em exemplos como a Costa Rica e o Canadá, Duarte aponta que é possível conciliar conservação e progresso com planejamento técnico, diálogo com comunidades locais e o uso de tecnologias avançadas. Ele propõe a incorporação de corredores ecológicos, monitoramento por satélites e drones, turismo comunitário e a participação ativa de indígenas e ribeirinhos como protagonistas do processo.

O parlamentar também criticou a atuação do IBAMA, que, em sua visão, tem adotado uma postura excessivamente punitiva contra pequenos produtores que vivem há décadas em áreas atualmente classificadas como de proteção. “Essas famílias, quando impedidas de plantar, acabam expulsas para as periferias das cidades, aumentando a pobreza e o desemprego”, denunciou. Ele defende que o órgão ambiental abandone o “ranço ideológico” e passe a exercer um papel mais construtivo no equilíbrio entre preservação e progresso.

Roberto Duarte ainda foi enfático ao dizer que o Acre não pode mais permanecer às margens do desenvolvimento. “Chegou a hora de transformar o discurso em ação, conectando o estado ao futuro sem abandonar suas raízes”, concluiu. A estrada, de acordo com ele, pode simbolizar uma nova era de sustentabilidade para a região Norte, rompendo com paradigmas ultrapassados e garantindo dignidade para quem vive da floresta.

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