A GAZETA acompanha o segundo dia da audiência de instrução do caso que apura a morte da cantora Nayara Vilela, encontrada sem vida em sua residência em Rio Branco no dia 23 de abril de 2023. Uma das testemunhas ouvidas nesta sexta-feira, 9, foi Silvia Montenegro, empresária e proprietária do espaço onde ocorreu o casamento de Nayara com Tarcísio Araújo.
Silvia revelou que, cerca de 20 dias antes da cerimônia, recebeu uma ligação da cantora, que demonstrava nervosismo e sinalizou a intenção de cancelar o casamento. “Eu tentei conversar, disse que era infantilidade, que é difícil. Conversamos e, depois, o Tarcísio me ligou dizendo que ela ia se acalmar. Dois dias depois ela passou aqui, com o Tarcísio, e ambos estavam normais, felizes”, contou.
Apesar desse episódio, a empresária afirmou que nunca presenciou conflitos entre o casal. “O casamento foi lindo, emocionante, sem nenhum contratempo”, declarou. Segundo ela, Tarcísio demonstrou empenho incomum durante os preparativos, atendendo a todos os desejos de Nayara.
A testemunha afirmou ter conhecido Nayara antes da fama e destacou a mudança na aparência e estilo da cantora com o avanço da carreira. “Ela era uma menina simples e se transformou em um fenômeno. Isso com muito apoio do Tarcísio, que a ajudava nos bastidores e a colocava nos melhores eventos da cidade.”
Silvia relatou que ouviu de terceiros que Tarcísio seria ciumento, mas não presenciou nenhum comportamento possessivo. “Nunca soube que ele fosse machista. Sempre foi respeitoso, inclusive com as mulheres que trabalhavam com ele”, afirmou.
Sobre o dia do casamento, Silvia lembrou momentos marcantes. Segundo ela, a cerimônia teve atraso de 40 minutos por conta de um imprevisto no cortejo. “Ela entrou cantando ‘Yeshua’ e todos se emocionaram. Foi uma festa perfeita, tudo como ela sonhou.”
Silvia também relatou que Nayara fez questão de escolher uma casa mais sofisticada para viver com Tarcísio, o que teria gerado dívidas para o marido. “Ele queria algo mais barato, mas atendeu ao desejo dela.”
Sinais de depressão
Ela disse ainda que não tinha conhecimento sobre possíveis sinais de depressão em Nayara. “Nunca percebi nada. Tudo o que soube foi depois da tragédia”, completou.
A testemunha revelou não saber que Tarcísio possuía armas e destacou que o contato com o casal era limitado a reuniões profissionais. “Não os via fora dos eventos. O que posso afirmar é que, nas ocasiões em que estive com eles, o clima era tranquilo”.
Efraim perguntou se Silvia tinha certeza se Nayara não ajudou com o buffet. “Tudo o que recebi foi dele, teve uma permuta entre o evento de aniversário de 15 anos da minha filha, que ele havia feito há pouco tempo, mas ele quem me pagou o restante”.
Ainda segundo Silvia, apenas Nayara decidiu pela decoração. “Até o remix da dança dos noivos foi ela que escolheu”.
Silvia diz ainda que nunca viu Tarcísio julgar as vestimentas de Nayara.
A audiência segue com oitiva de outras testemunha