O Acre registrou 48 focos de queimadas entre 1º de janeiro e 14 de maio de 2025, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa um aumento de 71% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 28 focos. Em 2023, o estado havia registrado 15 focos no mesmo intervalo.
Somente nos 14 primeiros dias de maio foram identificados cinco focos. Em abril houve três registros, enquanto março passou sem notificações. Já fevereiro somou cinco focos e janeiro concentrou a maioria dos casos, com 35 ocorrências.
Início da estiagem
O aumento dos focos preocupa autoridades, que já lidam com os primeiros efeitos da estiagem, especialmente em Rio Branco.
Na capital acreana, o Rio Acre marcou nesta quinta-feira, 15, um nível de 4,47 metros, um leve aumento de 22 centímetros em 24 horas, segundo a Defesa Civil Municipal. No dia anterior, o manancial estava com 4,25 metros, o quarto menor nível registrado para o período nos últimos 11 anos.
“Esse cenário poderia ser pior, mas tivemos o mês de abril mais chuvoso desde 2018, o que ajudou a conter a queda no nível do rio”, explicou o coordenador do órgão, tenente-coronel Cláudio Falcão.
A média histórica de chuvas para abril é de 198 milímetros, mas neste ano o acumulado foi de 357 milímetros — um aumento de 81%. Ainda assim, o impacto da seca já começa a ser sentido, principalmente na zona rural, onde a Defesa Civil iniciou, em abril, a distribuição de alimentos e a organização de ações para garantir o abastecimento de água em comunidades isoladas.
O avanço das queimadas, em paralelo ao início da estiagem, já motivou a atualização do plano municipal de combate ao fogo em áreas urbanas. O poder público também alerta para os riscos à saúde da população, com a previsão de ondas de calor, baixa umidade e agravamento de doenças respiratórias.