O promotor de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania do Ministério Público do Acre (MPAC), Thalles Ferreira, afirmou que protestos contra a transferência do Centro Pop, em Rio Branco, não o intimidarão.
A declaração foi dada em seu perfil no Instagram, em storie onde ele compartilha uma série de notícias sobre manifestações anti-mudanças de endereço do Centro Pop em várias cidades do Brasil.
“É um levante necropolítico. Não me intimidarão”, escreveu Ferreira, que entrou na briga pela remoção do órgão da região central de Rio Branco por entender que o espaço, que se encontra em situação precária, não comporta a complexidade dos serviços que deveriam ser ofertados à população em situação de rua da capital acreana.
Necropolítica é um conceito elaborado pelo filósofo Achille Mbembe, do Camarões, que trata sobre o controle que o poder político e social exerce sobre a vida e a morte das pessoas, em especial as marginalizadas. Usada, principalmente, em contextos de opressão e violência, a ideia diz respeito, por exemplo, a decisões sobre quem tem acesso a recursos básicos, como saúde e educação, e quem é privado desses mecanismos.
Em abril, o promotor do MPAC esteve na Câmara de Rio Branco para defender, em audiência pública, a transferência do Centro Pop para uma área que ofereça melhor estrutura. Na ocasião, ele denunciou que um casal de idosos que alugariam um imóvel para ser nova sede do órgão, na Baixada da Sobral, estariam sofrendo ameaças de moradores do entorno.
A população da Baixada esteve pelo menos duas vezes no parlamento-mirim para protestar contra a transferência do Centro Pop. Em uma das ocasiões, eles levaram abaixo-assinado como forma de pressionar a prefeitura a desistir da mudança de endereço.