A eleição do Papa Leão XIV surpreendeu até mesmo os membros do alto clero que acompanham de perto os movimentos do Vaticano. Em entrevista concedida neste domingo, 11, À GAZETA, o bispo da Diocese de Rio Branco, Dom Joaquín Pertiñez, disse ter recebido com surpresa e alegria a escolha do novo pontífice, que não figurava entre os favoritos apontados pela imprensa internacional.
“Foi uma surpresa geral para mim também. Ele não aparecia em nenhuma lista entre os cardeais favoritos, mas é um motivo de alegria, especialmente por ser o primeiro Papa da ordem agostiniana”, disse o bispo. Pertiñez, que também pertence à família agostiniana, embora da vertente dos recoletos, destacou a relevância simbólica da escolha.
Dom Joaquín recordou que o novo Papa atuou como bispo no Peru e ocupava função no Vaticano como responsável pelo Colégio dos Bispos. Apesar de não conhecê-lo pessoalmente, o bispo de Rio Branco vê com bons olhos a continuidade da linha pastoral do Papa Francisco. “Ele é próximo de Francisco, foi levado por ele ao Vaticano, e já deu sinais de que pretende seguir o caminho de uma Igreja em saída, voltada aos mais pobres e marginalizados”, afirmou.
Segundo Dom Joaquín, o Papa Leão XIV explicou sua escolha de nome como uma homenagem ao Papa Leão XIII, que abordou as mudanças sociais provocadas pela Revolução Industrial em sua encíclica Rerum Novarum. O novo pontífice comparou aquele contexto com os desafios atuais trazidos pelas tecnologias, redes sociais e inteligência artificial. “Ele entende que a Igreja deve responder aos novos tempos. Vivemos, segundo ele, uma nova revolução”, ressaltou o bispo.
Apesar do entusiasmo, Dom Joaquín também demonstrou empatia pelos desafios que o novo Papa enfrentará. “É uma missão muito difícil, cheia de sacrifícios, incompreensões e renúncias. Mas ele deve ser fiel ao Espírito Santo, que guiou os cardeais em sua eleição”, disse.
O pontificado de Leão XIV começa oficialmente no próximo domingo, com a celebração da missa solene na Basílica de São Pedro. “Esperamos que ele nos conduza, Igreja e humanidade, pelos caminhos do bem, neste Jubileu da Esperança, rumo a um mundo melhor”, concluiu Dom Joaquín.