O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, confirmou nesta segunda-feira (19/5), a prisão e transferência de Tuta, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que foi expulso da Bolívia e entregue às autoridades brasileiras na cidade de Corumbá (MS), na fronteira entre os dois países.
Em coletiva, o ministro afirmou que a operação foi resultado de uma intensa negociação entre sexta-feira e domingo, envolvendo a Polícia Federal, o Ministério da Justiça, o Itamaraty e os órgãos de segurança da Bolívia. O criminoso foi preso pela polícia boliviana ao ir a um posto policial resolver pendências de sua situação migratória. Porém, ele estava usando um documento falso que já constava nos bancos de dados e, então, sua identidade foi confirmada.
Diante do risco de fuga, as autoridades bolivianas optaram por expulsá-lo, medida considerada mais eficaz do que a extradição. “Dada a possibilidade real de fuga, optou-se pela expulsão, que permite que o país, por meio de uma ação mais soberana, expulse aquelas pessoas que representam um perigo para a sociedade local”, explicou Lewandowski.
Condenado no Brasil a 12 anos de prisão por organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, Tuta foi transferido para uma penitenciária federal de segurança máxima de Brasília. “Ele estará em máxima segurança. Esse preso está à disposição da Justiça e, com base nas informações que temos, não acredito que vá sair tão cedo do sistema prisional”, afirmou o ministro.
A investigação que levou a sua captura começou em São Paulo. De acordo com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a confirmação da identidade de Tuta foi possível graças à cooperação internacional e ao uso de tecnologia biométrica. “A partir das imagens e impressões digitais enviadas, nossa base de dados identificou prontamente a verdadeira identidade do suspeito. Os documentos que ele usava eram falsos”, disse.
O secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza, destacou a importância da atuação integrada entre os países. “Esse caso reflete a integração das polícias internacionais. O modus operandi dessas organizações está focado no internacional e não respeita fronteiras. Por isso, é necessária uma ação conjunta e coordenada”, afirmou. Segundo ele, ainda nesta semana haverá uma reunião com os chefes de polícia da América do Sul para reforçar a cooperação regional.
Lewandowski reforçou que o combate ao crime organizado é cada vez mais complexo e exige colaboração global. “Não envolve apenas os órgãos locais e federais, mas uma intensa e necessária cooperação internacional. O Brasil tem logrado avanços significativos nesse campo por meio de acordos de segurança”, concluiu.
Por: Correio Braziliense