O Acre apresentou uma redução de 25% na taxa de desmatamento no ano florestal 2023/2024, segundo dados oficiais divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A estimativa, baseada no sistema PRODES, indica que a área desmatada caiu de 601 km² em 2022/2023 para 448 km² no período mais recente. O resultado supera a meta anual de redução de 10% estabelecida pelo Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento e Queimadas (PPCDQ) do estado.
No entanto, um relatório do MapBiomas, divulgado em maio de 2025, traz um cenário contrastante: os alertas de desmatamento no Acre aumentaram 31% em 2024 em comparação com o ano anterior.
A discrepância entre os dados se deve às diferenças metodológicas entre as instituições. Enquanto o INPE utiliza imagens de satélite com resolução específica e foco em áreas maiores (a partir de 6,25 hectares), o MapBiomas emprega uma abordagem mais sensível a pequenos desmatamentos.
Tendência de queda a longo prazo
A análise histórica do Inpe revela que, apesar das variações anuais, o Acre mantém uma tendência de redução no desmatamento. Entre 2019 e 2024, a média anual foi de 58.689 hectares, enquanto em 2024 o estado registrou 37.693 hectares — uma queda de 64,2% em relação à média. O ano de 2022 marcou o pico da série, com 94.691 hectares desmatados, seguido por uma drástica redução em 2023 (28.707 hectares).
O PPCDQ do Acre prevê uma redução acumulada de 50% no desmatamento até 2027. Os resultados recentes sugerem que o estado está no caminho certo, mas especialistas alertam para a necessidade de fortalecer políticas de comando e controle, especialmente diante dos dados do MapBiomas. “É essencial integrar diferentes fontes de monitoramento para garantir respostas ágeis a mudanças na cobertura florestal”, destacou a analista ambiental Geisiane Pereira de Oliveira, responsável pelo relatório técnico da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (SEMA).
Próximos passos
Autoridades estaduais reforçam o compromisso com a sustentabilidade e destacam a importância do CAR (Cadastro Ambiental Rural) e do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) como ferramentas para conter o avanço do desmatamento ilegal. Enquanto isso, a sociedade civil cobra transparência e ações efetivas para harmonizar os dados e garantir a proteção da Amazônia acreana.