A audiência de instrução e julgamento do caso da cantora Nayara Vilela, encontrada morta em abril de 2023 em sua casa em Rio Branco, continua nesta sexta-feira, 9, na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, no Fórum Criminal de Rio Branco. Nesta etapa, serão ouvidas testemunhas de defesa e, em seguida, será feito o interrogatório do réu, Tarcísio Araújo, marido da vítima e denunciado pelo Ministério Público do Acre (MPAC) por feminicídio.
A audiência teve início na quinta-feira, 8, quando foram ouvidas oito testemunhas arroladas pelo MPAC, incluindo a mãe de Nayara. O MPAC deve apresentar suas alegações orais ainda nesta sexta. Já a defesa poderá optar por fazer suas alegações oralmente ou por escrito, com prazo de até cinco dias. Somente após essa fase, o juiz deve decidir se o réu será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri.
A sessão chegou a ser suspensa por cerca de uma hora na quinta-feira, após a defesa solicitar mais tempo para examinar vídeos anexados ao processo. Segundo o advogado Wellington Silva, o acesso aos materiais só foi possível durante a própria audiência. “Conseguimos acessar aqui e agora vamos nos manifestar a respeito delas”, explicou o defensor.
A defesa também argumentou que algumas testemunhas não haviam sido intimadas e que não aceitaria inversão na ordem das oitivas. “Não vamos abrir mão de nenhuma testemunha”, afirmou o advogado.
Silva sustenta que não há provas de que o marido tenha cometido o crime e pleiteia a absolvição sumária de Tarcísio. “Não há qualquer elemento, ainda que de forma indiciária, de que ele tenha cometido o crime”, disse.
Relembre o caso
Nayara Vilela foi encontrada morta em casa na noite de 24 de abril de 2023, no bairro Placas, em Rio Branco, com um tiro no tórax. O Samu foi acionado por Tarcísio, que alegou ter encontrado a esposa ferida, mas a equipe constatou que Nayara já estava sem vida. Horas antes da morte, vídeos em que a cantora se despede e pede perdão circularam nas redes sociais.
Inicialmente, a Delegacia de Homicídios descartou a hipótese de feminicídio, mas, após novos elementos surgirem, o inquérito foi transferido para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que indiciou o marido da vítima.
Ao todo, o processo deve ouvir 18 testemunhas, entre acusação e defesa, antes de o juiz decidir se o caso será levado ao Tribunal do Júri.