Você já parou em frente a uma loja e se perguntou como aquele negócio começou? Em Rio Branco e Porto Velho, a rede de lojas “Quero Pra Mim”, que hoje conta com sete unidades e é comandada por Júlia Lemos, é, além de um comércio, um símbolo de uma história de força, superação e empreendedorismo feminino.
Nascida em Porto Velho e residente em Rio Branco há 18 anos, empresária trilhou um caminho nada convencional até o sucesso. Formada em odontologia, Júlia viveu um momento de profunda frustração ao perceber que não se identificava com a profissão. “Eu estava no último ano da faculdade, em depressão. Tinha me dedicado cinco anos a algo que não me completava”, conta.
A virada começou por acaso — ou talvez por destino. Durante uma compra comum de óculos em uma loja local, Júlia aproveitou uma promoção e levou seis pares. Três deles foram colocados à venda em grupos do Facebook. Em pouco tempo, o estoque improvisado acabou, e os pedidos começaram a surgir. O que parecia apenas uma renda extra virou oportunidade.
“Na época do boom do marketplace, comecei a vender tudo online, pelo Facebook, depois Instagram. Logo consegui abrir minha primeira lojinha”, lembra. A paixão pelo empreendedorismo, no entanto, vinha de antes. “Desde os 6 anos eu montava kits para vender na frente de casa. Eu sempre gostei de empreender, sempre me identifiquei com isso.”
Com olhar atento às necessidades dos clientes e dedicação total ao negócio, Júlia expandiu sua atuação, diversificando os produtos e mantendo o foco em preços acessíveis. Hoje, quem entra na loja da Guaporé, por exemplo, encontra desde um batom de R$10 até itens de R$70, numa curadoria pensada para atender a todos os bolsos e gostos.
Por trás dessa trajetória de crescimento, há também uma figura essencial: sua mãe. Mulher solo, ela foi apoio emocional e financeiro no início do sonho da filha. “Minha mãe faleceu de Covid-19 na pandemia, mas participou de todo esse processo. Quando eu não tinha dinheiro, ela me emprestou o nome, o cartão, tudo. Era minha base”, relata, emocionada.
Esse vínculo é o que ainda hoje sustenta Júlia nos momentos difíceis. “Ela foi minha mãe e meu pai. Toda vez que penso em desistir, lembro da força que ela teve para me criar sozinha. E é essa força que me move.”
A história de Júlia Lemos é, acima de tudo, um tributo à resiliência das mulheres que empreendem com coragem, mesmo em meio à dor. E também um lembrete poderoso: grandes sonhos podem nascer de pequenos começos — e serem impulsionados pela força de ser mulher.
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