A greve dos trabalhadores da educação municipal ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira, 29. Desde as 17 horas, servidores estão reunidos em frente à Prefeitura de Rio Branco, vestidos de preto, em uma vigília que, segundo eles, simboliza “resistência e luta pelos direitos da categoria”.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), cerca de 80 das 94 escolas da rede municipal permanecem com as atividades paralisadas. A greve, iniciada no dia 16 de maio, vem se fortalecendo ao longo das semanas, com grande adesão dos profissionais da educação.
A pauta inclui o reajuste do piso salarial do magistério, a recomposição salarial dos demais servidores das escolas, o pagamento dos auxílios alimentação e saúde, além do cumprimento da horatividade dos professores — que garante tempo para atividades pedagógicas fora da sala de aula, conforme previsto em lei.
“A importância dessa vigília é mostrar para a população quais são as nossas reivindicações. Hoje queremos fazer um movimento mais amplo, porque alguns servidores são do município e outros do estado, o que nem sempre permite reunir todo mundo no mesmo horário. Mas agora, no fim do expediente, acreditamos que conseguiremos fazer o maior movimento da história da educação, com todos os servidores participando”, afirmou Paulo Henrique Oliveira, que integra o comando de greve. Ele explicou ainda que a intenção dos trabalhadores é permanecer no local, em frente à prefeitura, pelo menos até as 21 horas, dialogando com a população e expondo as pautas da categoria.
De acordo com a presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, a mobilização visa pressionar o Executivo municipal a apresentar “propostas concretas” para atender as demandas da educação.
No mesmo dia em que a paralisação teve início, o prefeito Tião Bocalom afirmou que as negociações seguem “critérios técnicos e financeiros”.
O vice-prefeito e secretário municipal de Educação, Alysson Bestene, declarou, no último dia 22 de maio, que a prefeitura está aberta ao diálogo, mas que qualquer avanço depende de responsabilidade fiscal.
“O prefeito Tião Bocalom sempre orientou que não se pode colocar em risco as finanças do município. Tudo será feito com base nos números”, afirmou. Bestene também destacou que, embora a paralisação seja liderada pelo Sinteac, outras entidades sindicais da educação não aderiram ao movimento. “Estamos com uma comissão formada por secretários e técnicos. Pedimos esse prazo até junho, para que com dados em mãos, possamos construir uma proposta realista, dentro da legalidade e das condições do município”, completou.
A greve segue sem previsão de encerramento.