Os médicos da rede estadual de saúde resolveram suspender a greve marcada para esta sexta-feira, 9, no Acre, após a Justiça determinar o fim do movimento. No entanto, eles prometem recorrer da decisão judicial, que atendeu a um pedido do governo.
“Vamos tomar as medidas judiciais cabíveis e contestar essa decisão, obviamente”, garantiu o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed), Guilherme Pulici.
A categoria reivindica o pagamento das gratificações e plantões extras em atraso desde o ano passado. Além disso, pede o remanejamento do gerente de assistência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito de Rio Branco, suspeito de assédio moral contra profissionais de saúde.
Segundo informações obtidas junto ao Sindmed, o gestor é acusado de obrigar médicos a fazerem plantões extras e tem as mulheres como alvo preferencial.
“Ele se sente o rei da unidade. Manda, desmanda e não possui equilíbrio para estar no cargo. Passei por uma cirurgia, e com apenas sete dias de operada ele queria que eu voltasse a dar plantões”, desabafou, À GAZETA, uma médica, que não quis se identificar.

A reportagem apurou que um abaixo-assinado reuniu quase 30 assinaturas pedindo o remanejamento do diretor e que as denúncias contra ele já são conhecidas pela Sesacre há pelo menos seis meses.
Sobre as gratificações e plantões extras, o presidente do Sindmed esclarece que a categoria não quer um centavo a mais. “Queremos apenas que seja pago aquilo que já está previsto em lei. Aquilo que todo profissional regulamentado tem direito e não recebeu”.
Pulici disse que os profissionais da medicina fizeram a primeira assembleia em 25 de março. “Nós demos tempo suficiente para que o governo tomasse atitudes para resolver o problema. Quem dá seis semanas para que um problema seja resolvido é porque quer que o problema seja resolvido, não quer paralisar”.