O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Feijó, instaurou uma notícia de fato para apurar as circunstâncias da morte do adolescente Diogo de Souza Albuquerque, de 12 anos, ocorrida no último sábado, 17. O garoto morreu após complicações de uma infecção generalizada provocada por um ferimento na perna, e a suspeita de negligência médica está sendo investigada.
Diogo se machucou enquanto andava de bicicleta no dia 11 de maio e foi levado por um tio ao Hospital Geral de Feijó, onde recebeu pontos no ferimento e foi liberado. Segundo a família, o corte não teria sido limpo adequadamente, e o atendimento deixou de incluir exames e medicações mais apropriadas.
Após o procedimento, o adolescente passou a apresentar dores intensas, febre, vômitos e inchaço na perna. A família procurou novamente o hospital e também unidades básicas de saúde, onde foram indicados novos medicamentos e solicitados exames particulares. No entanto, a situação de Diogo continuou a se agravar ao longo da semana.
A transferência do garoto para o Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul, só foi autorizada na sexta-feira, 16, e realizada na madrugada do sábado, 17. A família relatou que o menino precisou ser reanimado antes de ser transportado e que chegou à unidade em Cruzeiro do Sul desacordado. Pouco tempo depois, Diogo faleceu.
Sesacre nega falhas
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) nega que tenha havido falhas no atendimento. Em nota, a pasta afirmou que todas as medidas cabíveis foram adotadas dentro dos prazos estabelecidos pelos protocolos do Ministério da Saúde e que a evolução do quadro infeccioso foi muito rápida, levando à sepse grave associada à celulite.
Apesar disso, o promotor de Justiça Lucas Nonato requisitou a realização de exames periciais e a instauração de inquérito policial para investigar as circunstâncias da morte.
Também foi solicitado que seja aberto um procedimento administrativo disciplinar para verificar eventuais responsabilidades na unidade hospitalar.
Paralelamente, a Promotoria de Justiça Cível de Feijó acompanha o caso e deve realizar uma reunião com autoridades estaduais e municipais nesta quinta-feira, 22, para discutir o ocorrido.